Aeroporto de Londres vive quarto dia de caos

Terminal mais movimentado da Europa teve vôos cancelados por causa da neblina; ao contrário do que acontece no Brasil, passageiros contam com assistência integral

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Por Agencia Estado
Atualização:

Milhares de pessoas enfrentaram o quarto dia de caos no mais movimentado aeroporto da Europa, em Londres. Uma densa neblina obrigou o cancelamento de vôos e fez com que passageiros cancelassem seus planos de viagem para o Natal. No total, foram 350 vôos cancelados em Heathrow, o que afetou 40 mil passageiros. Cerca de 160 mil pessoas transitam pelo Heathrow em um dia normal, mas 200 mil são esperados nesta sexta, por conta das festas de fim de ano. Apesar do tumulto, que em parte poderia lembrar a situação vivida pelos usuários dos aeroportos brasileiros nas últimas semanas, uma grande infra-estrutura foi montada para amenizar o sofrimento dos passageiros. Camas e cobertores foram distribuídas, e até videogames estão sendo oferecidos para que os usuários afetados pelos cancelamentos esperem uma mudança climática que permita novas decolagens. Segundo autoridades aeroportuárias, o problema central é a falta de visibilidade que dificulta o deslocamento dos aviões até as portas de embarque e dos carros que carregam as bagagens até os aviões. O serviço meteorológico prevê que a neblina continuará nos próximos dias. A companhia aérea British Airways (BA) anunciou que cancelou 170 vôos que decolariam ou aterrissariam no Heathrow nesta sexta-feira, sendo que 84 deles eram vôos domésticos e os demais de curta distância para a Europa. A BA informou que pretendia manter seus serviços de longa distância, mas alertou para a possibilidade de os passageiros sofrerem atrasos. A companhia, que cancelou 180 vôos na quinta, providenciou quartos de hotel para 3 mil pessoas e 5 mil cobertores para passageiros que passaram a noite no aeroporto. Além disso, a BA informou que transportou cerca de 3 mil passageiros do Heathrow para cidades onde os vôos estão normalizados. A BMI, a segunda companhia aérea mais ativa do Heathrow, cancelou oito vôos, após ter suspendido 40 viagens na quinta. A BAA, dona do Heathrow, informou que está oferecendo uma gama de "atrações" para amenizar a espera dos passageiros impedidos de viajar, incluindo uma tenda com aquecimento na área externa do aeroporto, no qual há mantas, ponches, colchões de dormir, alimentos, bebidas e até videogames. Os aeroportos de Gatwick, também em Londres, de Manchester, de Norwich e de Coventry também tiveram vôos cancelados, além dos aeroportos de Glasgow e Edimburgo, na Escócia, e de Cardiff, no País de Gales. No entanto, a BA informou que teve que cancelar apenas um vôo previsto para esta sexta no Gatwick. Apagão aéreo no Brasil Já no Brasil, desde o início do apagão aéreo, há quase três meses, os passageiros sofrem nos aeroportos do País até para conseguirem informações básicas, como o tempo de atraso que terão os vôos e se irão decolar ou não no dia previsto. Ao contrário dos passageiros do Heathrow, os brasileiros se amontoam pelos corredores do aeroportos, para pernoitarem no chão. As companhias aéreas, em geral, não estão acomodando seus clientes em hotéis ou sequer oferecendo alimentação. O caos nos aeroportos se dá por conta da operação-padrão, iniciada pelos controladores de vôo no dia 27 de outubro, que segue as normas internacionais, que determinam que cada operador deve controlar, no máximo, 14 aeronaves simultaneamente. Com isso, o intervalo entre os pousos e decolagens aumentou, provocando uma seqüência de atrasos e cancelamentos de vôos em terminais aéreos em todo o País. Os controladores de vôo relatam que trabalham em condição de pressão desde que o acidente entre o Boeing da Gol e o jato Legacy, no dia 29 de setembro, quando 154 pessoas morreram, fez com que a suspeita de erros por parte das torres de controle tivessem sido responsáveis pelo choque entre as duas aeronaves.

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