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Afeganistão deve anunciar os primeiros resultados das eleições

Comissão deve divulgar números de apenas 10% dos votos da segunda votação após a queda do regime taleban

Atualização:

A Comissão Eleitoral do Afeganistão deve anunciar nesta terça-feira, 25, os primeiros resultados parciais, correspondentes à apuração do 10% dos votos, das eleições presidenciais realizadas no último dia 20 no país. Cerca de 15 milhões de afegãos votaram no pleito da quinta-feira passada, a segunda realizada no país após a queda do regime taleban.

 

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O anúncio coincide com uma nova denúncia de fraude eleitoral, esta vez por parte do candidato opositor Ashraf Ghaní, que divulgou uma lista de 38 queixas por irregularidades apresentadas por sua equipe de campanha perante o órgão encarregado de investigar se foram cometidas práticas fraudulentas no pleito. Ghaní acusou as equipes do atual presidente afegão, Hamid Karzai, e do principal candidato da oposição, Abdullah Abdullah, de haver interferido no processo, forçando eleitores a votar nos dois candidatos e falsificando votos.

 

No domingo passado, a Comissão de Queixas Eleitorais (ECC) anunciou que tinha recebido mais de 200 denúncias de irregularidades, sendo que 35 delas podem levar à alteração dos resultados. Já Abdullah também assegurou que dispõe de provas que demonstram que a equipe de Karzai, seu principal rival, realizou fraudes durante o processo.

 

Momentos antes da divulgação, Abdullah pediu para que os afegãos tenham "calma, paciência e responsabilidade". "Creio que a população recorrerá à violência", afirmou. Desde o dia da eleição, Abdullah tem acusado Karzai e seus partidários de fraude generalizada e afirmou que seus correligionários apresentaram mais de 100 queixas de irregularidades.

 

Antes da eleição, duas pesquisas de opinião indicavam que Karzai teria a maioria dos votos, mas não chegaria a 50,1%, número exigido para evitar o segundo turno com Abdullah. Ambos os lados declaram vitória após a votação, mas prometeram respeitar o resultado oficial e evitar a violência.

 

A ONU reconheceu que houve alguns "problemas" durante a votação, mas pediu que candidatos e eleitores tenham paciência enquanto as autoridades investigam as alegações de fraude.

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