O Afeganistão representa o problema mais complexo que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) enfrentou em sua história, e por isso a entidade deve persistir para evitar que o país volte a ser um reduto da rede terrorista Al Qaeda, disse nesta quinta-feira, 22, o secretário-geral do órgão, Anders Fogh Rasmussen.
Veja também:
Após fraude, Afeganistão começa a preparar segundo turno
Alguns críticos começam a considerar que o custo da participação da Otan nos oito anos da Guerra do Afeganistão foi muito alto, mas o custo de se ausentar "seria muito mais alto", declarou Rasmussen. "Abandonar o Afeganistão poderia converter o país em uma zona de treinamento da Al Qaeda. A pressão para o Paquistão e seu armamento nuclear seria muito grande e a instabilidade se disseminaria pelo centro da Ásia e seria uma questão de tempo para que a Europa enfrentasse as consequências de todo o resto", completou o secretário.
Rasmussen disse que espera obter uma maior cooperação com a Rússia e convencer o governo de Moscou a se envolver mais com a situação afegã, já que a insurgência Taleban ressurgiu com força e obrigou os EUA a revisarem a estratégia no país. Os russos apoiaram parcialmente a campanha internacional contra o terrorismo no Afeganistão, mas não enviaram tropas ao país.
O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, deve participar do encontro para comunicar aos aliados uma revisão da estratégia para a guerra do Afeganistão, entre as quais um possível envio de mais soldados pretendido pelo comandante geral dos militares americanos e da Otan no país, o general Stanley McChrystal. Caso a liberação de soldados seja confirmada, Ramussen disse estar disposto a contribuir com o efetivo.