CABUL - O governo afegão libertou nesta quinta-feira, 13, 65 presos que, segundo militares dos Estados Unidos, representam uma ameaça à segurança e devem ser julgados pela Justiça afegã. A decisão pode abalar ainda mais as já tensas relações entre os dois países.
Zahir Azimi, porta-voz do Ministério da Defesa afegão, disse que os presos foram libertados de uma instalação carcerária próxima a Cabul e serão devolvidos às suas regiões de origem.
A embaixada dos EUA considerou a decisão "profundamente lamentável", por contrariar um acordo de 2012. "O governo afegão arcará com a responsabilidade pelos resultados da sua decisão", disse a embaixada em nota.
Abdul Shakor Dadras, diretor da comissão afegã encarregada de rever casos prisionais, disse que o encarceramento dessas pessoas era injustificado desde o começo, apesar das informações apresentadas por Washington.
"Não encontramos nenhuma prova de que essas 65 pessoas sejam criminosas, segundo a lei afegã", disse Dadras à TV Reuters. "Acredito que a libertação dessas 65 pessoas irá beneficiar a nação afegã e irá beneficiar a nação americana e o governo americano."
O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, afirmou que a libertação de detentos não diz respeito aos EUA, colocando mais tensão nas relações bilaterais. "Isso não diz respeito aos EUA e eu espero que eles parem de assediar os procedimentos do Afeganistão e da autoridade judicial", disse Karzai em uma entrevista à imprensa em Ancara, capital da Turquia, depois de uma reunião com o presidente turco, Abdullah Gul, e o primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif./ REUTERS