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África do Sul declarará emergência para importar genérico

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo da África do Sul deve declarar a aids emergência nacional esta semana, abrindo caminho para a importação e produção local de genéricos. A proposta deve ser levada ao Parlamento quarta-feira pelo presidente Thabo Mbeki. O país recebeu uma oferta da empresa indiana Cipla, que fabrica genéricos, disposta a vender o coquetel com três anti-retrovirais por US$ 350 por ano per capita. Mesmo essa cifra, porém, está acima das possibilidades do governo local. Na semana passada, o governo do Quênia adotou a mesma medida. Vários desses países já manifestaram seu interesse em produzir genéricos, a exemplo do que faz o Brasil. Em Genebra, a Cruz Vermelha divulgou hoje um comunicado condenando os preços de remédios das indústrias farmacêuticas nos países em desenvolvimento. O grupo, em apoio ao Brasil e África do Sul, também pediu a colaboração de todos os países para que os governos das economias menos favorecidas possam garantir a distribuição dos medicamentos. A Costa do Marfim transformou-se hoje no primeiro país africano a fechar acordo com três multinacionais para obter o coquetel a baixo custo. Merck, Bristol-Myers Squibb e GlaxoSmithKline oferecem descontos de 90%. Em editorial, o jornal norte-americano New York Times tratou hoje da questão dos preços dos medicamentos e o processo movido por 39 laboratórios contra a África do Sul. Segundo o jornal, a iniciativa da indústria foi "um desastre em termos de relações públicas", até porque a legislação do país não viola os acordos de proteção de patentes. Para o diário, a grande batalha agora, encampada pela ONU, é convencer os países ricos a comprarem essas drogas para os países pobres. "O Brasil é o único país em desenvolvimento que fornece remédios de graça para a população. O governo, convencido de que a terapia economiza recursos ao reduzir as internações, paga por tudo sem ajuda externa", afirma o jornal.

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