SEUL - Quatro espiões norte-coreanos estariam envolvidos na morte do meio irmão do ditador Kim Jong-un, segundo informaram nesta segunda-feira, 27, representantes das agências de segurança da Coreia do Sul.
Em reuniões privadas com legisladores sul-coreanos, enviados do Serviço Nacional de Inteligência disseram que quatro dos norte-coreanos identificados como suspeitos pela polícia por suposta ligação com a morte de Kim Jong-nam são funcionários do Ministério de Segurança Estatal, a agência de espionagem da Coreia do Norte.
Segundo Li Cheol Woo, um dos legisladores que assistiu às sessões, os funcionários afirmaram que outros dois suspeitos estão vinculados ao Ministério das Relações Exteriores norte-coreano. Kim Byeong-ki, outro legislador, relatou que os funcionários disseram que Kim Jong-un colocou em funcionamento uma máquina “de terrorismo de Estado” para provocar a morte do irmão.
Os legisladores não informaram como os funcionários obtiveram essa informação ou que papel específico teriam desempenhado os agentes norte-coreanos.
A agência de segurança sul-coreana tem um histórico negativo quanto à precisão das informações que divulga sobre o país vizinho. O departamento afirmou que não poderia confirmar o que os funcionários haviam dito aos parlamentares.
A Malásia não acusou diretamente Pyongyang pela morte de Kim Jong-nam, mas continua com as investigações sobre os norte-coreanos suspeitos, entre eles um diplomático da embaixada da Coreia do Norte em Kuala Lumpur.
Kim Jong-nam morreu no dia 13 de fevereiro no Aeroporto de Kuala Lumpur após duas mulheres lançarem uma substância química em seu rosto. A polícia identificou o composto como o agente nervoso VX.
Apenas uma gota contendo 10 miligramas da substância, ao ser absorvida pela pele, é suficiente para causar um colapso do sistema nervoso. Como sua ação é muito rápida, para ter chance de sobreviver uma pessoa teria de ingerir um coquetel de substâncias como antídoto praticamente logo em seguida ao contato com o agente.
A Coreia do Norte tem criticado severamente a investigação realizada por autoridades da Malásia sobre a morte de Kim Jong-nam. / ASSOCIATED PRESS