Agenda econômica é obstáculo para campanha de McCain na reta final

Republicano espera definição de pacote sobre crise, onde perde pontos, para voltar a discutir política externa

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Por Washington
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O intenso debate econômico instalado nos EUA nos últimos dias favoreceu o candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, e reduziu as chances de virada para o rival republicano, John McCain, a apenas seis semanas das eleições. McCain reconhece que a economia não é seu ponto forte e enquanto o assunto continuar dominando a agenda, suas chances de virada serão cada dia menores. A esperança dos republicanos é de que o pacote de US$ 700 bilhões a ser votado na manhã de hoje pelo Congresso surta efeito e deixe de provocar apreensão no eleitorado ao longo da semana. Isso permitiria que McCain impusesse sobre o rival assuntos de seu interesse, como a política externa americana e as guerras no Iraque e no Afeganistão, onde é melhor avaliado. Até a eleição, no dia 4 de novembro, democratas e republicanos ainda se enfrentarão em três debates. O primeiro será entre os candidatos à vice-presidência - Joseph Biden pelos democratas e Sarah Palin pelos republicanos - na próxima quinta-feira. No dia 7 outubro acontece o primeiro dos dois debates ainda restantes entre Obama e McCain. Se a vantagem de Obama se mantiver até lá, com os assuntos econômicos dominando no topo da agenda, McCain dificilmente conseguirá ameaçá-lo. O cenário negativo, entretanto, não assusta o principal conselheiro da campanha republicana, Steve Schmidt. "A primeira lição desta campanha, lembrando de 2007, é não entrar em pânico ou reagir a números de pesquisa." Ele lembra que "há algumas semanas, nós (republicanos) tínhamos uma clara liderança, embora estreita, e havia muita gente no Partido Democrata pregando pânico na campanha de Obama. Nós sempre entendemos que não só essa liderança iria se dissipar, como também saltaria na direção inversa e, logo, voltaria a ser o que era". Depois do debate de sexta-feira, ambos candidatos produziram inúmeros comunicados e mensagens eletrônicas apresentando argumentos que provavam a vitória de um sobre o outro. Um levantamento feito logo após o debate pela rede de TV CBS com eleitores indecisos mostrou ampla vantagem de Obama (39% a 25%, com 36% considerando ter ocorrido empate). Outra pesquisa, da CNN, deu 51% a Obama e 38% a McCain - ambas parecem refletir a melhor performance de Obama no debate ao lidar com temas econômicos. Os comentaristas, no entanto, são unânimes em considerar que McCain foi melhor quando os candidatos debateram política externa.

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