Agente da CIA que teve identidade revelada processa vice-presidente dos EUA

Valerie Plame e seu marido acusaram diversos funcionários da Casa Branca de conspirarem para destruir sua carreira

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Por Agencia Estado
Atualização:

A agente da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, na sigla em inglês) Valerie Plame, cuja identidade foi vazada para repórteres, processou o vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, seu assessor Karl Rove e seu chefe de gabinete, I.Lewis Libby. Plame os acusa de conspirarem para destruir sua carreira. Valerie e seu marido, Joseph Wilson, um ex-embaixador americano, acusaram os três de revelarem o nome da agente como represália a Wilson, que foi enviado pelo governo para a África com a intenção de investigar as afirmações de que Saddam Hussein estaria comprando material para fabricar bombas nucleares de países africanos. Se confirmada, a informação seria um importante argumentou para a invasão dos EUA ao Iraque, mas Wilson, um respeitado diplomata, voltou da viagem afirmando que esta era falsa. A identidade de Valerie foi revelada na coluna do jornalista Robert Novak, em 14 de julho de 2003. Depois disso, diversos veículos da imprensa divulgaram o nome da agente. A coluna de Novak foi divulgada oito dias depois que Wilson apareceu em um artigo no jornal The New York Times denunciando o governo americano de distorcer relatórios e fatos para justificar a guerra no Iraque. Além dos três, o casal processou também outros dez oficiais da administração Bush por terem colocado suas vidas e de seus filhos em risco. O processo acusa oficias da Casa Branca de violarem os direitos constitucionais de Wilson de liberdade de expressão. Também os acusa de violarem o direito de privacidade do casal. Libby é o único acusado que está sendo investigado pelo vazamento da informação. Ele irá a júri em janeiro por obstrução da justiça e também por ter mentido aos agentes do Escritório Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês) sobre quando teve conhecimento da identidade de Valerie e sobre o que contou aos repórteres. As acusações contra Libby surgiram de conversas que ele teve com três repórteres: Judith Miller, do jornal The New York Times; Matthew Cooper, da revista Time; e Tim Russert, da rede NBC.

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