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Agente russa se reuniu com Banco Central e Tesouro dos EUA

Maria Butina se encontrou com autoridades dos dois órgãos acompanhada de Alexander Torshin, vice do Banco Central russo

Atualização:

WASHINGTON - A agente russa Maria Butina teve contatos de alto nível em Washington mais amplos do que se sabia anteriormente, participando de encontros em 2015 com uma autoridade russa visitante e duas autoridades do Banco Central dos EUA e do Departamento de Tesouro.

Butina, de 29 anos, é acusada por promotores de ser uma agente secreta da Rússia, de ter contatos com a FSB, a antiga KGB, e de usar sexo para estabelecer conexões com pessoas influentes nos EUA Foto: Serviço de imprensa da Câmara Cívica da Federação Russa / EFE

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Butina, de 29 anos, é acusada por promotores de ser uma agente secreta da Rússia, de ter contatos com a FSB, a antiga KGB, e de usar sexo para estabelecer conexões com pessoas influentes nos EUA. Ela nega as acusações. Moscou criticou sua prisão, dizendo que foi motivada pela política interna dos EUA e a “histeria antirrussa”. 

As reuniões, reveladas por várias pessoas familiarizadas com as sessões e um relatório de um centro de estudos de Washington que as organizou, envolveram Stanley Fischer, vice-presidente do Fed na época, e Nathan Sheets, então subsecretário do Tesouro para assuntos internacionais.

Acusada de conspirar para influenciar a política americana em relação à Rússia, Butina viajou para os EUA em abril de 2015 com Alexander Torshin, então vice-governador do Banco Central russo, e eles participaram de reuniões separadas com Fischer e Sheets para discutir as relações econômicas entre Rússia e EUA durante o governo do ex-presidente Barack Obama.

As duas reuniões, que não foram reportadas anteriormente, revelam um círculo mais amplo de conexões que Butina procurou cultivar com líderes políticos americanos e grupos de interesses especiais. Os encontros com Fischer e Sheets foram organizados pelo Centro para o Interesse Nacional, um centro de estudos de política externa de Washington que frequentemente defende visões pró-Rússia.

As reuniões foram documentadas em um relatório do Centro para o Interesse Nacional visto pela agência Reuters que descreveu suas atividades relacionadas à Rússia de 2013 a 2015. O documento descreveu as reuniões como auxílio à reunião de “figuras importantes das instituições financeiras dos EUA e da Rússia”.

Promotores federais acusaram Butina de conspirar com dois cidadãos americanos e um alto funcionário russo para influenciar a política dos EUA em relação à Rússia e se infiltrar na Associação Nacional do Rifle (NRA), um influente lobby pró-armas com laços estreitos com políticos republicanos, incluindo o presidente Donald Trump.

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Bilionário russo

Segundo uma fonte familiar ao testemunho que Butina deu aos investigadores do Senado, ela disse que recebia apoio financeiro de Konstantin Nikolaev, um bilionário russo com investimentos em companhias de energia e tecnologia nos EUA. Butina disse ao Comitê de Inteligência do Senado que Nikolaev havia fornecido fundos para um grupo defensor de armas que ela representava. Um porta-voz de Nikolaev confirmou que ele manteve contato com Butina entre 2012 e 2014, mas não confirmou se ele deu apoio financeiro./ REUTERS e W.POST

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