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´Agora é o momento de se criar o Estado palestino´, diz Rice

Essa é a quarta viagem da secretária americana ao Oriente Médio em quatro meses para tentar pôr fim a conflito entre palestinos e israelenses

Por Agencia Estado
Atualização:

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, despediu-se neste domingo, 25, do Egito com a mensagem de que "agora é o momento" para conseguir uma solução "de dois Estados" no conflito entre israelenses e palestinos. "Os palestinos já esperaram o suficiente para ter um Estado próprio, enquanto os israelenses já esperaram bastante para poder conviver em segurança com um Estado vizinho", disse Rice em entrevista coletiva com o ministro de Assuntos Exteriores egípcio, Ahmed Aboul Gheit. Rice, que realiza uma viagem pelo Oriente Médio, reuniu-se neste domingo, na cidade egípcia de Assuã, no sul do país, com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, depois de se encontrar, no último sábado, com os ministros de Assuntos Exteriores de Arábia Saudita, Jordânia, Emirados Árabes Unidos e Egito. Em discurso otimista, a secretária americana afirmou que as bases para alcançar uma solução foram estabelecidas, algo que seu governo considera uma prioridade há um ano e meio. "Nunca é um momento fácil no Oriente Médio, mas o presidente(americano George W. Bush) trabalhou pacientemente para estabelecer os alicerces da criação de um Estado palestino", disse Rice. A secretária de Estado fez uma contraposição entre a atual situação e a vivida no ano 2000, quando Bush tomou posse como presidente, e, segundo ela, não era possível avançar. Negociação paralela Essa é a quarta viagem de Rice à região em quatro meses. E, agora, a secretária decidiu envolver de forma ativa os países árabes. Como a última reunião com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, não deu resultado, Rice decidiu tentar um novo enfoque: negociar paralelamente com os países árabes para desobstruir o diálogo. No entanto, a secretária de Estado americana negou que seu país pretenda reformar a iniciativa árabe de paz, como tinha sido comentado anteriormente nos Estados Unidos e no Oriente Médio. "Como utilizam sua iniciativa, é um assunto da Liga Árabe. A posição dos EUA não consiste em introduzir nenhuma emenda nessa proposta", disse Rice, que acrescentou, porém, estar à espera de que esta "seja uma base que sirva para impulsionar o processo". Paz por territórios O chanceler egípcio defendeu a iniciativa árabe, aprovada em Beirute em 2002. Esta proposta de paz será renovada pela Cúpula Árabe, que será realizada nas próximas quarta e quinta-feira em Riad, como "um instrumento para a negociação". O ministro disse que está confiante na disposição de Israel em aceitá-la. "Assumimos que, para alcançar a paz, é preciso negociar, e a iniciativa engloba o espírito dessa negociação: paz por territórios", assinalou. O plano árabe consiste basicamente no reconhecimento de Israel e no estabelecimento de relações diplomáticas plenas com o Estado judeu, em troca da retirada israelense dos territórios ocupados na Guerra dos Seis Dias (1967). Aboul Gheit também defendeu o protagonismo de seu país para alcançar um acordo na região, papel que, de acordo com muitos analistas, o Egito está perdendo em detrimento da Arábia Saudita. "O Egito sempre desempenhou um trabalho central no Oriente Médio e hoje há mais países que querem fazer esse papel. A Arábia Saudita e o Egito trabalham lado a lado em reuniões públicas e em outras que não são divulgadas para resolver os problemas", acrescentou.

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