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Agricultor e ativista francês é condenado à prisão por ajudar 200 imigrantes

Cédric Herrou, que reside a poucos quilômetros da fronteira com a Itália e é conhecido por seu apoio às centenas de pessoas que a cada dia tentam atravessá-la, já havia sido punido com uma multa de € 3 mil em fevereiro

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Por Redação
Atualização:

PARIS - O agricultor e ativista francês Cédric Herrou foi condenado nesta terça-feira, 8, em segunda instância a 4 meses de prisão, isentos de cumprimento, por ter ajudado 200 imigrantes a entrar de maneira ilegal no país.

Herrou, que reside a poucos quilômetros da fronteira com a Itália e é conhecido por seu apoio às centenas de pessoas que a cada dia tentam atravessá-la, já havia sido punido com uma multa de € 3 mil em fevereiro.

O ativista e agricultor francês Cédric Herrou chega para sua audiência Foto: AFP PHOTO / boris HORVAT

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No entanto, a Promotoria recorreu da decisão do Tribunal de Nice, no sudeste da França, após considerar que o militante, de 37 anos, não tinha recebido uma pena bastante dura.

Esse habitante do Vale do Roya, que começa na França e chega até a localidade italiana de Ventimiglia, foi condenado também hoje a pagar mil euros por danos e interesses à companhia ferroviária francesa SNCF por ter ocupado um local abandonado, propriedade desta, para alojar cerca de 50 eritreus.

O homem também foi impedido de sair de território francês e estar em qualquer estação de trem da região, e também foi obrigado a se apresentar a cada 15 dias no tribunal local.

Herrou, membro da associação de ajuda a imigrantes Roya Citoyenne, anunciou que recorrerá desta nova sentença, que considera "influenciada pela política de extrema direita".

"Não me arrependo de nada, fiz com prazer e continuarei lutando", assegurou ao sair do tribunal antes de denunciar um "racismo de Estado" e pedir que o presidente francês, Emmanuel Macron, se posicione.

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A condenação foi qualificada pelo tribunal de segunda instância de "advertência" a esse ativista, que chegou a acolher quase 400 imigrantes por semana. Em outubro, ele relatou, em entrevista ao Estado, como começou a ajudar os imigrantes

A fronteira entre a Itália e a França é fonte de tensões entre ambos Estados em razão das centenas de pessoas, em sua maioria de origem afegã ou eritrea, que todos os dias tentam atravessá-la para seguir seu caminho para o norte da Europa ou reclamar o status de refugiado no país. / EFE

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