Águas do Rio Elba ameaçam cidades do leste alemão

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Com uma ferocidade inédita no último século, as águas do Rio Elba seguem rapidamente para o Mar do Norte, ameaçando seriamente mais cidades do leste alemão. Técnicos alemães estão prevendo o pior para os próximos dias, pois as inundações - que já deixaram mais de 100 mortos na Europa central, 15 em território alemão - poderão alcançar na quinta-feira Neuhaus, na Baixa Saxônia, e três dias depois Lauenberg, em Schleswig Holstein. A cheia ameaçava inundar hoje a cidade de Magdeburg, capital da Saxônia-Anhalt, depois de devastar Dresden, Meissen, Bitterfeld, Torgau, Wiitenberg e Dessau. Muitas barragens dessas regiões, principalmente perto de Bitterfeld e Wiitenberg, não resistiram à velocidade e ao volume das águas e romperam-se, agravando o quadro. Nos arredores de Magdeburg, as águas do Elba saltaram do leito, atingindo hoje pela manhã 6,5 metros - três vezes o nível normal. Duas mil pessoas tiveram de deixar suas casas. Desde o início das operações de socorro e resgate, 100 mil pessoas ficaram desabrigadas só em território alemão. Bombeiros e voluntários construíram barragens e diques de contenção, usando mais de 10 milhões de sacos de areia vindos da Holanda, França e da Espanha. A União Européia destinou o equivalente a US$ 5 bilhões para reconstrução das áreas devastadas na Alemanha e Áustria. E decidiu socorrer também a República Checa e a Eslováquia. Na República Checa, o governo declarou "emergência sanitária" e, em razão dos graves prejuízos, suspendeu planos para renovar sua Força Aérea, constituída de antigos MIGs 21, fabricados na ex-URSS. Em Praga, a capital, bombeiros e voluntários trabalham dia e noite para bombear a água que invadiu o centro histórico e causou grandes estragos a um dos mais belos conjuntos arquitetônicos medievais da Europa. Budapeste, capital húngara, conseguiu escapar da cheia do Danúbio. As águas do rio não conseguiram ultrapassar a barragem de sacos de areia que protegiam a cidade. Na Romênia, onde o Danúbio chega ao mar, os danos foram elevados, com milhares de desabrigados e pelo menos 15 mortos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.