19 de abril de 2012 | 03h01
Informalmente, funcionários da república islâmica manifestaram a autoridades brasileiras interesse em promover uma audiência apenas entre Ahmadinejad e a presidente Dilma Rousseff. O pedido oficial ainda não veio e o governo brasileiro deixará para a última hora o anúncio dos líderes que receberão atenção exclusiva de Dilma.
Ambas as agências iranianas citam "autoridades oficiais" que teriam falado em condição de anonimato. Em uma das notícias, uma fonte afirma que o presidente do Irã quer "conseguir a contribuição do Brasil para resolver (...) o contencioso nuclear".
Acusado tanto pela oposição reformista quanto pelos conservadores de ter isolado a república islâmica, Ahmadinejad fez das viagens à América Latina uma das marcas de sua diplomacia presidencial. Se vier em junho, será seu sétimo tour pela região desde 2005, quando foi eleito. Da última vez, em janeiro, limitou-se a países bolivarianos - Venezuela, Nicarágua, Cuba e Equador - e a ausência de uma parada em Brasília foi vista como mais um sinal de que, com Dilma, as relações calorosas dos tempos de Luiz Inácio Lula da Silva haviam se deteriorado.
Segundo as agências iranianas, além de passar pelas tradicionais capitais bolivarianas e pelo Rio, Ahmadinejad esticará sua visita a Lima. O governo do presidente Ollanta Humala, porém, soltou ontem uma nota afirmando que "esse tema não está na agenda" do presidente.
"O Peru não recebeu nenhum pedido do Irã para que seu presidente visite o país. Tampouco fizemos um convite aos iranianos", disse uma fonte ao jornal Correo. Deputados de esquerda de Lima, porém, tentam formalizar um convite ao iraniano.
O novo périplo de Ahmadinejad pela América Latina ocorreria em um momento delicado da negociação sobre o programa nuclear iraniano. No fim de semana, seis potências e o Irã retomaram o diálogo em Istambul após mais de um ano de silêncio. No mês que vem, ocorre mais uma reunião, em Bagdá.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.