Ai Weiwei recria fotografia de menino sírio afogado no Mediterrâneo

Na semana passada, o artista chinês decidiu encerrar prematuramente uma exposição em Copenhague e retirar sua obra do Museu de Aros em protesto contra as novas leis que permitem confiscar dinheiro e objetos de valor dos solicitantes de asilo

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NOVA DÉLHI - O fotógrafo indiano Rohit Chawla fotografou o artista e ativista chinês Ai Weiwei em uma praia da ilha grega de Lesbos simulando a imagem do menino sírio que se afogou em setembro no Mar Mediterrâneo quando tentava chegar à Europa.

A fotografia, exibida no fim de semana em uma exposição em Nova Délhi, foi tirada na semana passada durante uma expedição à Grécia do programa Prêmios de Arte da revista India Today, da qual Chawla é o diretor visual, explicou a publicação, em uma reportagem. 

Em fotografia publicada pela revista India Today, o artista e ativista Ai Weiwei recriou imagem do menino Aylan Kurdi Foto: Rohit Chawla/India Today via AP

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Na mesma posição em que Aylan Kurdi foi encontrado, o artista foi fotografado com os olhos fechados, deitado na areia com as mãos juntas ao corpo. A praia cheia de pedras de Lesbos é o principal ponto de entrada de refugiados à Europa e onde o artista instalou uma oficina para chamar a atenção sobre a difícil situação dos imigrantes. 

A revista explicou que se trata de um "tributo" ao pequeno Aylan, de origem curda-síria, cuja imagem correu o mundo, convertendo-se em um símbolo da tragédia dos refugiados sírios que arriscam a vida em busca do sonho europeu. Chawla viajou à Grécia há alguns dias acompanhado de um editor da revista e ambos passaram 48 horas com o artista dissidente chinês. 

Para a fotografia, Ai se deitou sobre um plástico, enquanto membros da equipe tiveram de segurar os extremos que se levantavam com o vento, segundo imagens dos bastidores da produção divulgadas pela editora da revista nas redes sociais. A fotografia, feita em preto e branco, será publicada com uma entrevista com o artista na próxima edição da India Today

"Ai Weiwei tornou-se um ícone global por utilizar a arte para fazer declarações políticas, estamos muito satisfeitos que ele use nossa plataforma para destacar os assuntos que afetam a todos", afirmou o presidente do Grupo India Today, Aroon Purie, na reportagem. 

Na semana passada, o artista chinês decidiu encerrar prematuramente uma exposição em Copenhague e retirar sua obra do Museu de Aros (oeste da Dinamarca) em protesto contra as novas leis que permitem confiscar dinheiro e objetos de valor dos solicitantes de asilo para pagar pela estadia na Dinamarca. / EFE 

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