Aiatolá Khamenei diz que Islã proíbe armas nucleares

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Por AE-AP
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O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, respondeu hoje ao relatório que vazou, ontem, da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e que reforça suspeitas sobre a produção de armas nucleares no país muçulmano. Segundo Khamenei "as acusações do Ocidente não têm fundamento", pois o Islã proíbe "o uso desse tipo de armamento".O anúncio foi feito no deque do primeiro destroier de fabricação iraniana capaz de lançar mísseis teleguiados. Khamenei está hierarquicamente acima do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e tem a palavra final sobre assuntos de segurança nacional. "Não acreditamos na bomba atômica e não vamos buscá-la", afirmou."Washington e o regime sionista estão tentando provocar divisões para que as nações islâmicas tirem a atenção dos grandes inimigos do mundo muçulmano: Estados Unidos e Israel", afirmou Khamenei.A negociação entre o Irã e o chamado "sexteto" - as cinco potências com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU (Rússia, China, EUA, Reino Unido e França) e a Alemanha - entrou em um período crítico no início do mês, quando Teerã recusou a oferta para enviar urânio ao exterior em troca de combustível nuclear.Há duas semanas, Ahmadinejad anunciou que seu país produziria, sozinho, urânio enriquecido a 20% e, dias depois, chegou a falar que o grau de processamento poderia chegar a 80%. O necessário para fabricar a bomba é 95%.Preparado para a cúpula da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) do dia 1º, o relatório divulgado ontem teria reunido "vastas e confiáveis informações" acerca das "atividades nucleares sigilosas (do Irã) com objetivo de desenvolver uma carga nuclear para mísseis".Hoje, França e Alemanha prometeram novas medidas para conter o avanço nuclear iraniano. "O relatório (da AIEA) confirma com precisão os temores muitos sérios da comunidade internacional", disse Bernard Valero, porta-voz da chancelaria francesa. As seguradoras alemãs Munich Re e Allianz decidiram suspender negócios no Irã após a publicação do documento.

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