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AIE: países deveriam agir mesmo sem acordo climático

Por AE
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Com pouca esperança em relação a um progresso significativo sobre um amplo acordo climático internacional nas negociações do clima desta semana em Durban, na África do Sul, o que as nações deveriam fazer era tomar para si a tarefa de reduzir as emissões e mitigar as mudanças climáticas, disse nesta terça-feira a diretora executiva da Agência Internacional de Energia (AIE), Maria van der Hoeven. "A porta para que alcancemos o nosso objetivo está se fechando", afirmou ela. "Enquanto eu clamo por um tratado sobre as emissões, tenho uma mensagem simples para os participantes das discussões: não espere por um acordo global, aja agora."Van der Hoeven disse que um estudo da AIE mostra que as temperaturas globais devem aumentar em média 6ºC até 2035 se ações drásticas para reduzir os gases causadores do efeito estufa não forem tomadas. Para limitar o aumento das temperaturas para uma meta amplamente aceitável de uma média de 2ºC, o crescimento global teria de ocorrer com um aumento de apenas 20% nas emissões em relação aos níveis atuais nos próximos anos, afirmou ela. "Isso significa que tudo (infraestrutura e desenvolvimento) construído após 2017 precisa ser carbono zero."Muitos ministros e alguns chefes de Estado desembarcarem em Durban nesta terça-feira para os últimos quatro dias de discussões climáticas lideradas pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de elaborar um documento para suceder o Protocolo de Kyoto, um tratado vinculativo de 1997 entre as nações do mundo desenvolvido para cortar emissões. Os compromissos dos países industrializados com o Protocolo de Kyoto expira em 2012. As reuniões deste ano em Durban não vão resultar em um novo acordo vinculativo que possa abranger mais países, dizem representantes. "Todos nós ouvimos que nenhum progresso significativo é esperado nesta conferência, e isso deveria ser uma séria preocupação para todos nós", disse Van der Hoeven.ChinaA declaração da China de que está aberta a um pacto de emissões vinculativo juridicamente após 2020 não parece representar uma mudança em sua postura de negociação, disse nesta terça-feira o enviado chefe dos Estados Unidos para as negociações, Todd Stern. "Não sinto que houve qualquer mudança na posição chinesa no que diz respeito a um acordo vinculativo juridicamente", afirmou ele após um encontro nesta manhã com seu colega chinês, Xie Zhenhua. Stern reiterou que os EUA estão abertos a um acordo vinculativo juridicamente após 2020 se todos os grandes emissores também estiverem sujeitos aos termos dele. As informações são da Dow Jones.

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