VIENA- O diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o órgão nuclear da ONU, expressou nesta segunda-feira, 8, uma "grande preocupação" com o programa nuclear da Coreia do Norte devido a contínua negativa do país em aceitar inspetores da agência em seu território.
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"O programa nuclear da Coreia do Norte continua sendo um assunto de grande preocupação. Os inspetores da agência não puderam visitar o país desde abril do ano passado", afirmou Amano na Assembleia Geral da ONU.
Segundo o máximo responsável da AIEA, Pyongyang impede desde dezembro de 2002 que a agência supervisione seu programa nuclear. O país também bloqueou as medidas de inspeção incluídas nas resoluções 1.718 e 1.874 do Conselho de Segurança da ONU, adotadas em resposta à atividade nuclear do regime comunista.
Amano pediu um esforço de todas as partes para alcançar a retomadas das conversações de seis lados com o objetivo do desarmamento nuclear da península norte-coreana.
O diálogo com a Coreia do Norte está suspenso desde 2008, quando o regime decidiu unilateralmente se retirar da mesa de negociações na qual participavam Japão, EUA, China, Coreia do Sul e Rússia.
Para retornar às conversas, Pyongyang exige que sejam levantadas as sanções impostas após o lançamento de um foguete de longo alcance em abril de 2009 e seu segundo teste nuclear em maio deste ano.
Irã
Amano recordou que o Irã não proporcionou a cooperação necessária para confirmar que todo o material nuclear do país se destina a atividades civis e pacíficas.
O chefe da AIEA pediu que Teerã colabore com as resoluções da agência e do Conselho de Segurança em relação a seu programa nuclear.
As potências ocidentais acusam o Irã de esconder, sob seu programa nuclear civil, outro de natureza clandestina e aplicações bélicas, cujo objetivo seria a aquisição de armas atômicas. Teerã nega tais alegações.
As tensões sobre o programa nuclear iraniano se acirraram no final do ano passado após o Irã rejeitar uma proposta de troca de urânio feita por EUA, Rússia e Reino Unido. Meses depois, o país começou a enriquecer urânio a 20%.
Um acordo mediado por Brasil e Turquia para troca de urânio chegou a ser assinado com o Irã em maio. O acordo, porém, foi rejeitado pelo Grupo de Viena - composto por Rússia, França, EUA e AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) - e o Conselho de Segurança da ONU optou por impor uma quarta rodada de sanções ao país.