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AIEA reitera "dúvidas" sobre o programa nuclear iraniano

O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed El Baradei, pediu ao governo do Irã que abra caminho para uma negociação.

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed El Baradei, reiterou hoje que o programa nuclear iraniano "suscita dúvidas" e pediu ao governo do Irã que abra caminho para uma solução negociada do conflito. "A AIEA não pode, hoje em dia, assegurar que o programa de enriquecimento de urânio do Irã tem um uso exclusivamente pacífico", disse El Baradei, após ter se reunido em Berlim com o ministro alemão de Assuntos Exteriores, Frank-Walter Steinmeier. El Baradei, que também se reuniu com a chanceler alemã Angela Merkel, lembrou que a desconfiança em relação ao programa iraniano de enriquecimento de urânio fez com que a AIEA solicitasse a suspensão de todas as atividades nucleares do país. "A AIEA reconhece, no entanto, o direito do Irã ao uso civil da energia nuclear", acrescentou. Steinmeier concordou com o diretor-geral da AIEA em que o caminho da negociação diplomática deve ser mantido aberto apesar das constantes fases de estagnação e, a exemplo de El Baradei, exortou o Irã a dar mostras de boa-vontade. O chefe da diplomacia alemã evitou citar prazos para essa "paciência" e não disse se as negociações que agora são feitas no Conselho de Segurança da ONU são a preparação de uma resolução contra o Irã. El Baradei manifestou suas esperanças de obter uma solução negociada, graças aos esforços da União Européia (através da tríade Reino Unido, Alemanha e França), da Rússia e da China, e reiterou, embora sem entrar em detalhes, que a solução para o conflito viria da aceitação do Irã de "um pacote de medidas" que não reduza a crise à questão do enriquecimento de urânio. "Vamos continuar favorecendo o diálogo, e confio em que em algum momento Estados Unidos e o Irã se sentarão cara a cara. Acho que se os Estados Unidos e o Irã mantivessem um contato direto, a solução para este contencioso seria mais fácil", concluiu.

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