PARIS - A companhia aérea Air France anunciou nesta segunda-feira, 21, que entrou com um processo em razão da falsa ameaça de bomba que obrigou um de seus aviões a efetuar uma aterrissagem de emergência no Quênia no domingo.
Um porta-voz da companhia disse que o processo por "colocar em perigo a vida" de outras pessoas foi iniciado no Tribunal de Grande Instância de Bobigny, aos arredores de Paris, mas sem especificar o suposto culpado.
A bomba suspeita foi encontrada em um dos banheiros da aeronave, que voava das Ilhas Maurício com destino a Paris com 473 pessoas a bordo.
O presidente da companhia aérea, Frédéric Gagey, afirmou em entrevista coletiva na capital francesa que o suposto explosivo foi descoberto por um passageiro em um pequeno armário situado atrás de um espelho.
Após a análise de especialistas, foi confirmado que o objeto era feito de papelão e que, embora tivesse a aparência de uma bomba, "não era capaz de provocar uma explosão ou danificar o avião".
Uma fonte interna na Air France havia indicado que o objeto era composto por dois relógios digitais transparentes com dois horários diferentes, um fio preto ligado a uma antena e quatro caixas de papelão retangulares atadas com adesivos e clipes de metal.
A aeronave precisou desviar do percurso original e aterrissar no aeroporto da cidade de Mombaça, no Quênia. Os passageiros foram registrados e evacuados de forma segura a hotéis próximos, enquanto a suposta bomba era examinada fora do aeroporto.
Gagey afirmou que o objeto foi escondido durante o voo e classificou a ação como "comportamento estúpido", "extremamente agressivo" contra a companhia aérea e "piada de mau gosto".
Um casal foi interrogado pela polícia após a chegada dos passageiros ao aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, de acordo com a emissora Europe 1.
A mulher foi liberada pouco depois de prestar depoimento, enquanto o homem, que as autoridades acreditam ter sido policial na Ilha Reunião, foi detido. /EFE e AFP