Al-Jazira defende seu dever de mostrar as vítimas

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Por Agencia Estado
Atualização:

Em resposta às críticas por ter levado ao ar imagens de soldados norte-americanos e britânicos mortos, a emissora de televisão árabe via satélite Al-Jazira defendeu nesta quinta-feira seu dever de mostrar ao mundo as vítimas de todos os lados da guerra deflagrada pelos Estados Unidos contra o Iraque. "A guerra faz vítimas nos dois lados", lembrou o editor-chefe da Al-Jazira, Ibrahim Hilal. "Se você não mostra os dois lados, você não está cobrindo corretamente a guerra." Na quarta-feira, o popular canal árabe mostrou imagens de corpos ensangüentados no sul do Iraque. Os mortos trajavam uniformes do Exército britânico. O marechal Brian Burridge, principal comandante britânico no Golfo Pérsico, disse a jornalistas que os homens eram provavelmente dois soldados desaparecidos e alegou que as imagens causaram "mal-estar aos familiares dos soldados". "Todos os veículos de comunicação devem estar conscientes do gosto e da decência e precisam ficar atentos para não se transformarem em ferramenta do regime iraquiano", disse Burridge. Poucos dias antes, militares norte-americanos criticaram a Al-Jazira pela exibição de filmagens de prisioneiros de guerra norte-americanos e soldados mortos. Hilal alega que a Al-Jazira dá voz tanto aos norte-americanos quanto aos iraquianos. Ontem, o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, foi entrevistado pela emissora, uma espécie de reconhecimento norte-americano ao alcance da Al-Jazira no mundo árabe. Apesar de autoridades norte-americanas serem entrevistadas pela emissora, outras instituições do país preferiram puni-la por seu suposto "mau gosto". A Bolsa de Valores de Nova York e o mercado eletrônico Nasdaq cassaram as credenciais dos jornalistas da Al-Jazira. Enquanto isso, o site da emissora na Internet transformou-se em alvo de piratas de computador, desde a exibição das imagens dos soldados. Veja o especial :

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