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SANAA - O braço da Al-Qaeda na Península Arábica, com base no Iêmen, assumiu a responsabilidade pelo atentado que matou mais de 90 pessoas no país árabe nesta segunda-feira, 21, e afirmou que o ataque é uma revanche pelo que chamou de "guerra dos Estados Unidos" contra seus seguidores no sul do Iêmen. O grupo ainda confirmou que o alvo da ação era o ministro da Defesa e seus principais comandantes. Veja também:ESPECIAL: As franquias da Al-Qaeda Por comunicado, o grupo ainda alertou que mais ataques acontecerão se a campanha militar dos americanos no Iêmen na província de Abyan, no sul, não for interrompida. "Vamos ter revanche, se Deus quiser, e as chamas da guerra vão atingir vocês em todos os lugares, e o que aconteceu é apenas o começo de um projeto de jihad em defesa da honra e de divindades", disse o comunicado aos comandantes militares iemenitas. O atentado ocorreu na praça Sabein, onde estavam o ministro da Defesa, Mohamed Naser Ahmad, e o chefe de Estado-Maior, Ali al Ashual. Ambos saíram ilesos, mas cerca de 222 pessoas ficaram feridas. Todas as vítimas eram recrutas da polícia ou do Exército. Segundo um oficial, o suicida detonou os explosivos que trazia junto ao corpo no meio de um batalhão que ensaiava a realização de uma parada para comemorar o 22º aniversário da unificação do sul e norte do Iêmen. O terrorista estava vestido com uniforme militar e estava infiltrado nas colunas. Trata-se do mais violento ataque ocorrido na cidade nos últimos meses. "Foi um verdadeiro massacre", disse Ahmed Sobhi, um dos soldados que estava no local. "Havia corpos despedaçados por todo lado. É inacreditável." O Iêmen é um dos países mais pobres do Oriente Médio. Recentemente, foi palco de revoltas populares contra o ex-presidente Ali Abdullah Saleh, na chamada primavera árabe, o que enfraqueceu as instituições locais de governo e segurança. O Iêmen ainda serve como base para o braço da Península Arábica da Al-Qaeda.
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