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Al-Qaeda é principal suspeita de atentado em Bali

Por Agencia Estado
Atualização:

A organização terrorista Al-Qaeda, liderada pelo saudita Osama bin Laden, é a principal suspeita de ter cometido o atentado que matou pelo menos 187 pessoas, boa parte turistas estrangeiros na ilha indonésia de Bali, na madrugada de hoje (pelo horário local). Altos funcionários do setor de segurança indonésio estão concentrando as investigações no grupo Jemaa Islamiya, tido como o braço direito da Al-Qaeda no Sudeste Asiático. A ação contra a discoteca coincidiu com o segundo aniversário do atentado contra o destróier americano USS Cole no Iêmen, também atribuído a Al-Qaeda e no qual morreram 17 marinheiros. O governo americano ofereceu ajuda nas investigações e o primeiro-ministro da Austrália (país com grande número de vítimas), John Howard, criticou o pouco empenho da Indonésia na luta contra os extremistas islâmicos. "Gostaríamos de ver o máximo esforço do governo da Indonésia para tratar dentro de suas fronteiras do problema do terrorismo", disse Howard a jornalistas, depois de telefonar para a presidente indonésia, Megawatti Sukarnoputri, que visitou os feridos em Bali. Há fortes suspeitas de que um ataque contra marines americanos no Kuwait na semana passada - no qual um deles foi morto - e o atentado contra um petroleiro francês, no domingo retrasado, tenham por trás grupos ligados à Al-Qaeda. Segundo o New York Times, fontes no governo americano consideram que esses atos mostram "a reconstituição da Al-Qaeda, com pequenos grupos prontos para novos ataques". Para o ministro de Relações Exteriores da Austrália - um dos países com o maior número de vítimas na discoteca -, Alexander Downer, o atentado demonstrou que a Al-Qaeda continua viva e com capacidade para atuar com a ajuda de várias organizações islâmicas espalhadas pelo mundo, estendendo sua frente de guerra contra o Ocidente. O suposto líder da Jamaah Islamiya, Abu Bakar Ba´asyir, de 64 anos, negou participação do grupo e, durante uma entrevista coletiva à imprensa, acusou os EUA de estarem por trás do ataque. Diretor de uma escola de Java, Ba´asiyr manifestou simpatia por Bin Laden. Vários países tem pressionado a Indonésia a prendê-lo, mas as autoridades dizem não ter provas contra ele. Ba´asyir tem simpatizantes no governo da presidente do país, Megawatti Sukarnoputri, que teme indispor-se com as entidades moderadas islâmicas de cujo apoio depende. Os governos da Malásia e de Singapura sustentam que o principal objetivo dessa organização é provocar o caos para criar um Estado islâmico abrangendo a Indonésia e outras nações muçulmanas do Sudeste Asiático. Fontes na Malásia dizem que a Jamaah recrutou militantes da Al-Qaeda que fugiram do Afeganistão e Paquistão nos últimos meses.

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