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Al-Zawahiri substitui Bin Laden como novo líder da Al-Qaeda

Xeque egípcio tido como 'cérebro' da rede prometeu continuar 'guerra santa' contra EUA e Israel

Por BBC Brasil
Atualização:

Zawahiri visto junto com bin Laden em foto publicada em 2001

 

 

 

 

O xeque egípcio Ayman al-Zawahiri sucederá Osama Bin Laden no comando da rede extremista Al-Qaeda, segundo um comunicado divulgado nesta quinta-feira, 16. A indicação de Al-Zawahiri, braço direito de Bin Laden e mentor dos ataques em Nova York e Washington em 11 de setembro de 2011, foi confirmada pelo comando geral da organização em um site militante e disseminada pelo centro de mídia Al-Fajr, o braço de comunicação da Al-Qaeda. No comunicado, o grupo diz que continuará a empreender sua jihad - guerra santa - contra os Estados Unidos e Israel. O cabeça anterior da Al Qaeda, Osama Bin Laden, foi morto por forças especiais americanas em uma operação no Paquistão no dia 2 de maio. Há menos de dez dias, Al-Zawahiri fez declarações ameaçando os Estados Unidos, afirmando que Bin Laden continuará "aterrorizando" o governo e a sociedade americanos do túmulo. Zawahiri teria sido visto pela última vez na cidade de Khost, no leste do Afeganistão, em outubro de 2001. Desde a invasão americana que derrubou o regime do Talebã, naquele ano, passara a viver escondido. Acreditava-se que ele estivesse escondido na região montanhosa perto da fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão, com a ajuda de líderes tribais locais simpáticos à sua causa. Mas o assassinato de Bin Laden em Abbottabad, ao norte da capital paquistanesa, Islamabad, sugere que seu local de esconderijo seja outro. 'Cérebro da Al-Qaeda' Ayman al-Zawahiri nasceu no Cairo em 1951. Cirurgião oftalmologista de formação, ele ajudou a fundar o grupo militante Jihad Islâmica Egípcia e foi o ideólogo-chefe da Al Qaeda. Alguns especialistas acreditavam que ele tenha sido o "cérebro operacional" por trás dos atentados de setembro de 2001. Dentro da Al Qaeda, ele vinha ocupando a posição de número dois, atrás somente de Bin Laden. Era também o segundo na lista de "terroristas mais procurados" pelo governo americano, que continha 22 nomes. Os Estados Unidos oferecem um prêmio de US$ 25 milhões por sua captura. Ele também foi indiciado pelos Estados Unidos por seu papel nos ataques a bomba a embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia em 1998, e foi condenado à morte a revelia no Egito por suas atividades com a Jihad Islâmica nos anos 1990. A mulher e os filhos de Zawahiri teriam sido mortos em um ataque aéreo americano no fim de 2001. Críticas a Obama Além disso, Zawahiri tem sido o mais proeminente porta-voz da Al-Qaeda, aparecendo em 40 vídeos e gravações de áudio da organização desde 2003. Em uma dessas mensagens atribuída a ele, divulgada em novembro de 2008, Zawahiri criticou o presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, dizendo que ele havia traído suas raízes negras e muçulmanas. Na mensagem, Zawahiri diz que Obama "representa o oposto de negros americanos honrados como Malik Shabazz, conhecido também como Malcolm X" e se refere ao presidente com um "escravo da casa". "Você nasceu de um pai muçulmano, mas decidiu ficar do lado dos inimigos do Islã e rezar como um judeu, embora diga ser um cristão, para que pudesse subir a escada da liderança dos Estados Unidos. Você subiu com o apoio de Israel." "Não é estranho que Malcolm X tenha sido morto enquanto você galgava a escada para liderar as mais criminosas forças na história e liderar a mais violenta campanha contra os muçulmanos. A declaração de Malcolm X sobre escravos da casa se aplica a você, (ao ex- secretário de Estado americano) Colin Powell, (à secretária de Estado, Condoleezza) Rice e outros parecidos", diz Zawahiri na gravação. Malcolm X, o ativista muçulmano que defendeu os direitos dos negros americanos na década de 50 e 60, usou a expressão "negro da casa" para se referir a afro-americanos que havia traído suas raízes, em uma conotação de que essas pessoas seriam serviçais dos brancos. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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