Alawi faz visita surpresa a Najaf

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Sob excepcionais medidas de segurança, o primeiro-ministro interino do Iraque, Ayad Alawi, realizou hoje uma inesperada visita-relâmpago à convulsionada cidade sagrada xiita de Najaf - 170 quilômetros ao sul da capital iraquiana. Ali, exigiu que as milícias do clérigo radical xiita Muqtada al-Sadr, também conhecidas como Exército de Mahdi, deponham armas. Os rebeldes não só rechaçaram a exigência como intensificaram seus ataques a forças de coalizão e policiais iraquianos. Acompanhado de seus ministros do Interior, Fala Hassan al-Nagiq, e da Defesa, Hazem Shaalan, Alawi manteve reunião de duas horas com com o governador da província, Nayaf Adnan al-Zurufi, antes de retornar a Bagdá. O palácio governamental fica longe do centro histórico e sagrado da cidade, controlado pelos milicianos de Al-Sadr, mas, mesmo assim, era possível ouvir os disparos de armas automáticas e o ruído dos helicópteros de combate americanos. O Ministério da Saúde informou que 22 pessoas morreram hoje naqueles incidentes e 166 ficaram feridos, elevando a 52 o total de mortos e a 300 de feridos em 24 horas de conflito. Já o hospital de Najaf estimou hoje em 87 o número de mortos em três dias de tiroteios e escaramuças na região. O Pentágono, por sua vez, não disse se houve baixas do lado americano. Além de vários helicópteros, cem soldados americanos participaram do esquema de proteção a Alawi. O primeiro-ministro interino classificou os milicianos de Al-Sadr "foras da lei" e exigiu que se retirem imediatamente da cidade sagrada. Os rebeldes controlam até mesmo a Mesquita do Imã Ali, o lugar mais sagrado da corrente xiita do Islã. "Achamos que essa gente deve deixar o quanto antes os monumentos sagrados, depôr armas e acatar a lei e a ordem", insistiu Alawi que, segundo analistas, não tem suficiente poder político para se fazer ouvir. O chefe do governo iraquiano não se reuniu com o clérigo xiita radical Al-Sadr, que luta pela retirada total das forças anglo-americanas de ocupação do país.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.