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Alba exige fim de ''agressões'' americanas

Países bolivarianos classificam de ?inaceitável e insuficiente? declaração de Trinidad e Tobago

Por Patrícia Campos Mello
Atualização:

Em um manifesto contra a Cúpula das Américas, os países da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) "exigem" que o presidente americano, Barack Obama, acabe com "a nefasta tradição de intervencionismo e agressão". "Exigimos que o novo governo dos EUA, cuja chegada criou muitas expectativas, acabe com a grande e nefasta tradição de intervencionismo e agressão que a tem caracterizado ao longo da historia e recrudesceu durante o governo (George W.) Bush. Exigimos que o governo elimine as operações secretas e intervenções, diplomacias paralelas e guerras de mídia para desestabilizar governos." No documento, os membros da Alba - Bolívia, Cuba, Dominica, Honduras, Nicarágua e Venezuela - afirmam que a declaração da cúpula é "inaceitável e insuficiente", pois não dá respostas para a crise econômica e exclui Cuba. Os países da Alba também batem de frente nos interesses do Brasil de expandir os biocombustíveis no hemisfério. "Generalizar o uso de biocombustíveis só pode ter efeitos negativos sobre os preços dos alimentos e recursos naturais como solo, água e florestas." A declaração diz também que as medidas divulgadas pelo G-20 na reunião de Londres, no início do mês, são equivocadas. "Estão muito equivocados os que pensam que gastos fiscais e algumas medidas regulatórias resolverão a crise", diz o texto. "Estamos vivendo uma crise econômica de caráter sistêmico, e não uma crise cíclica." Os líderes ainda criticam o G-20 por ter aumentado os recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI). "É necessária uma transformação completa do FMI, Banco Mundial e da OMC (Organização Mundial do Comércio), que com seus princípios neoliberais têm contribuído para a crise global." CRESCIMENTO A cúpula da Alba em Cumaná, na Venezuela, também serviu para oficializar a adesão de mais um membro ao grupo, São Vicente e Granadinas. O encontro contou com a participação do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, que compareceu como convidado e propôs tratamento comercial preferencial a países sem aceso ao mar.

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