Alemães voltam a temer atentados

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Por Agencia Estado
Atualização:

Embora o ministro do Interior alemão, Otto Schily, tenha afirmado neste sábado que o casal detido em Heidelberg sob suspeita de estar preparando um ataque para 11 de setembro atuou isoladamente - sem o apoio de nenhuma organização terrorista -, o temor de possíveis ataques está de volta à Alemanha. E, ao contrário de Schily, seu colega do Estado da Baviera, Guenther Beckstein, opinou que o casal detido contava com apoio de terroristas. Schily disse à rádio Antenne Bayern que, até onde sabe, ?trata-se de um caso particular, sem conexão com uma rede terrorista". Mas acrescentou que "evidentemente, trata-se de uma pessoa perigosa, de formação islâmica. Mas não devemos tirar conclusões apressadas". Segundo o semanário alemão Der Spiegel, o objetivo do suposto atentado seria um supermercado americano em Heidelberg, a bela cidade universitária à beira do rio Neckar, que abriga em seus arredores bases militares americanas e o quartel-general das forças de Washington na Europa. O casal, um jovem turco de 24 anos nascido na Alemanha e sua namorada de 23 anos, uma americana de origem turca, foi detido na última quinta-feira em Wallsdorf, perto de Heidelberg. Em sua residência foram encontrados 130 quilos de explosivos e substâncias químicas para fabricação de artefatos, cinco bombas, uma foto de Osama bin Laden e muitas publicações islâmicas. O jovem detido trabalhava no depósito de uma indústria química perto de Karlsruhe, e a mulher em um supermercado de um grupo americano. Antecipando informações de seu número que estará à venda no domingo, a revista Spiegel afirma que a jovem expressou admiração por Bin Laden falando com uma amiga, à qual também aconselhou afastar-se nos próximos dias do supermercado porque algo poderia acontecer. A amiga, segundo a revista, advertiu os militares americanos, que, por sua vez, fizeram o mesmo com a polícia alemã. Junto com a prisão do casal em Heidelberg, chegou à Alemanha a notícia da prisão em Nova York de um alemão de origem afegã, que chegou aos EUA através de Hamburgo, onde teria vivido com Mohammed Atta, um dos pilotos camicases de 11 de setembro e chefe da célula islâmica ativa na cidade portuária alemã. Durante busca no apartamento do alemão-afegão, a polícia segundo a Spiegel, encontrou dezenas de videocassetes de "conteúdo islâmico".

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