
29 de maio de 2015 | 02h01
O ex-oficial da SS, de 93 anos, tem um estado de demência avançado e pelas leis alemãs não poderia ser submetido a um julgamento.
De acordo com a procuradoria da cidade de Hamburgo, o processo foi abandonado. Ele era acusado de comandar a 16.ª divisão de blindados Panzer da SS no cerco à cidade de Sant'Anna di Stazzema, na região da Toscana, na Itália, em 1944, quando a guerra caminhava para o final. Centenas de civis morreram na ofensiva, entre eles mulheres e crianças.
"A análise do extenso material arquivado levou à conclusão de que o acusado - caso estivesse são para se apresentar perante o júri - seria provavelmente indiciado pela morte cruel e sem motivo de 342 pessoas", disse a promotoria em comunicado divulgado ontem.
Exames psiquiátricos e neurológicos comprovaram que o ex-oficial nazista sofre de um grau muito avançado de demência. Num caso desse, a Constituição alemã proíbe que o acusado seja réu em julgamentos.
Ao longo dos últimos anos, tem caído consideravelmente o número de criminosos nazistas submetidos a julgamento, uma vez que os sobreviventes que ainda não foram julgados estão cada vez mais idosos ou incapazes.
Em abril, um tribunal alemão começou a julgar um livreiro de 93 anos que trabalhava no campo de concentração de Auschwitz, em território polonês, acusado de colaborar com o assassinato em massa de judeus durante a 2.ª Guerra.
O caso poderia ser um dos últimos grandes julgamentos de criminosos de guerra nazistas realizados na Alemanha.
Este mês, a rendição do Exército nazista aos aliados em Berlim completou 70 anos. / REUTERS
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