Alemanha confirma chegada de Khodorkovsky ao país

PUBLICIDADE

Atualização:

Após passar 10 anos de prisão na Rússia por crimes que muitos consideram forjados, Mikhail Khodorkovsky saiu da cadeia nesta sexta-feira e imediatamente embarcou para a Alemanha. O presidente russo Vladimir Putin perdoou seu antigo rival na manhã desta sexta-feira e o Serviço Penitenciário Federal russo informou que Khodorkovsky deixou rapidamente a prisão IK-7, localizada na longínqua vila de Segezha, noroeste do país. Khodorkovsky havia pedido permissão para viajar para a Alemanha para se encontrar com sua mãe, que passa por tratamento médico no país, informou o serviço penitenciário em comunicado. O Ministério de Relações Exteriores da Alemanha confirmou a chegada de Khodorkovsky ao aeroporto Schoenefeld, em Berlim, na tarde desta sexta-feira. Durante o período em que ficou detido por acusações de evasão fiscal e fraude, Khodorkovsky, de 50 anos, mudou a sua imagem de poderoso e rico oligarca, geralmente arrogante, para a de um respeitado dissidente. O ex-magnata do petróleo se transformou num pensador político e escritor de editoriais que defende a justiça social e responsabiliza diretamente Putin pela estagnação da economia russa. Não estava claro se Khodorkovsky manterá sua oposição ao Kremlin ou sequer se voltará à Rússia, mas ele declarou, após chegar à Alemanha, que pediu o perdão por questões familiares e que estava feliz por seu pedido ter sido aceito. Ele afirmou também que agora espera ver seus pais, sua mulher e seus filhos. A libertação do prisioneiro, menos de 24 horas depois de Khodorkovsky ter sido perdoado, parece ter pego tanto o público quanto os advogados do empresário de surpresa. Sua libertação também foi cercada de mistério. Horas antes de ele receber permissão para sair da prisão, os advogados e a família de Khodorkovsky disseram que não tinham ideia de quando ele seria libertado. Putin disse aos jornalistas na quinta-feira que Khodorkovsky pediu perdão porque a saúde de sua mãe está se deteriorando. O site do Kremlin publicou o decreto, na manhã desta sexta-feira dizendo que Putin foi "guiado pelos princípios da humanidade" ao decidir perdoar Khodorkovsky. O perdão pareceu uma repentina virada para o Kremlin, que tinha processando Khodorkovsky desde que ele foi preso em 2003. Libertar o mais famoso prisioneiro da Rússia, juntamente com a anistia a duas integrantes presas da banda punk Pussy Riot e para 30 ocupantes de um navio de Greenpeace que fizeram um protesto no Ártico, parece ter como objetivo aliviar as críticas internacionais contra o histórico de direitos humanos russo, antes da Olimpíada de inverno em Sochi, que acontece em fevereiro. A decisão parece também refletir a confiança de Putin em sua permanência no poder e sua crença de que Khodorkovsky agora representa uma ameaça pequena a seu governo. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.