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Alemanha descarta julgar Rumsfeld por crimes de guerra

Grupos de direitos civis abriram um processo contra o ex-secretário de Defesa dos EUA com base nos abusos cometidos nas prisões de Abu Ghraib e Guantánamo

Por Agencia Estado
Atualização:

Promotores alemães descartaram iniciar uma investigação por alegados abusos cometidos pelo ex-secretário de Defesa dos EUA Donald Rumsfeld nas prisões de Abu Ghraib e Guantánamo, disseram promotores nesta sexta-feira, 27. Grupos de direitos civis haviam aberto um processo no Escritório dos Promotores Federais em Karlsruhe em novembro, buscando acusações de crimes de guerra, argumentando que a Alemanha poderia julgar violações estrangeiras da lei internacional sob sua lei de jurisdição universal, de 2002. Entretanto, o escritório dos promotores disse que não poderia abrir uma investigação, já que os indivíduos em questão não estavam no país. "Que os indivíduos acusados estivessem estacionados por um tempo em estabelecimentos dos EUA na Alemanha é insuficiente", disseram os promotores em uma nota. O Centro para Direitos Constitucionais (CCR) disse que 11 cidadãos iraquianos mantidos em Abu Ghraib, no Iraque, e um detento saudita na base dos EUA de Guantánamo, em Cuba, foram vítimas de agressões, privação de sono e comida e abuso sexual. Além de Rumsfeld, a ação citava 13 outras autoridades dos EUA, inclusive o secretário de Justiça Alberto Gonzalez, o ex-diretor da CIA George Tenet e oficiais militares de alta patente. Promotores disseram também que havia evidências insuficientes de que ordens foram emitidas da Alemanha para atos que transgredissem o código criminal ou a Convenção de Genebra sobre o tratamento de prisioneiros. Rumsfeld deixou de ser secretário de Defesa depois que os democratas tiraram o poder dos republicanos nas eleições de meio de mandato, em parte devido à consternação com as conseqüências da guerra do Iraque.

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