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Alemanha diz que Turquia terá sua entrada na UE proibida se instaurar pena de morte

Vice-porta-voz do governo alemão afirmou que ‘não há lugar na Europa’ para um país que adota a pena capital

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Por Redação
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BERLIM - O governo alemão reiterou nesta segunda-feira, 8, que a Turquia não poderá entrar na União Europeia (UE) se reintroduzir a pena de morte, como voltou a indicar no domingo o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

A vice-porta-voz do governo alemão, Ulrike Demmer, destacou em uma coletiva de imprensa que “não há lugar na Europa para um país que aplica a pena de morte” e lembrou que as conversas com Ancara para sua entrada no bloco europeu está com um “final em aberto”.

Pessoas balançam bandeiras turcas durante comício em Istambul Foto: EFE/EPA/SEDAT SUNA

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A vice-porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Shawsan Chebli, afirmou que as negociações entre Bruxelas e Ancara serão dadas como resolvidas se a Turquia reintroduzir a pena capital. “Se a Turquia introduzir a pena de morte, isso acarretará o fim das negociações”, afirmou Shawsan.

Desde a tentativa de golpe em julho, Erdogan tem sinalizado em várias ocasiões sua intenção de recorrer à pena capital para castigar os líderes da ação. A União Europeia já enfatizou diversas vezes que a pena de morte é incompatível com o direito comunitário.

No domingo, Erdogan disse em um comício para mais de um milhão de pessoas em Istambul que aprovará a pena de morte no país se o Parlamento votar o assunto, e reiterou que a rede liderada pelo clérigo muçulmano Fethullah Gulen, opositor exilado nos Estados Unidos e a quem o líder turco culpa pela tentativa de golpe, precisa ser destruída dentro do escopo da lei.

Imigração. O acordo migratório da Turquia com a União Europeia pode desmoronar se o bloco não cumprir sua parte do acordo quanto à dispensa de vistos, disse Erdogan ao jornal francês Le Monde. Os comentários refletem uma mudança de posição em um momento no qual o líder critica os países ocidentais por sua reação à tentativa de golpe de Estado. Ainda no dia 26 de julho, Erdogan havia prometido manter os compromissos da Turquia com o acordo migratório.

"A União Europeia não está se comportando de maneira sincera com a Turquia", afirmou Erdogan em declarações publicadas pelo Le Monde nesta segunda-feira, destacando que a dispensa de vistos para cidadãos turcos deveria ter entrado em vigor no dia 1º de junho. "Se nossas exigências não forem satisfeitas, as reentradas não serão mais possíveis", disse.

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Em março, a Turquia concordou em receber de volta imigrantes ilegais que cruzem de seu solo para a Grécia em troca da retomada da ajuda financeira, da promessa de dispensa de vistos para a maior parte da UE e da aceleração das conversas sobre a filiação de Ancara ao bloco. Mas a liberação recíproca de vistos vem sendo adiada em razão de uma desavença sobre a legislação antiterrorismo turca e as preocupações do Ocidente com a escala da repressão de Ancara após o golpe fracassado. / EFE e Reuters

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