Com nova onda de casos de covid-19, Alemanha amplia restrições por um mês

País mais populoso da Europa tem batido recordes negativos de casos e mortes nas últimas semanas

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Por Redação
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BERLIM - Confrontado com o aumento do número de casos e mortes por covid-19, o governo prorrogará e reforçará seu confinamento parcial até 31 de janeiro, anunciou nesta terça-feira, 5, a chanceler da Alemanha,Angela Merkel

Mesas de café e cadeiras vazias em avenida próxima ao Portão de Brandenburgo, um dos principais pontos turísticos de Berlim Foto: Odd ANDERSEN / AFP

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A maioria dos estabelecimentos comerciais que não forem de alimentação, assim como bares e restaurantes, centros culturais e de lazer, e as escolas, permanecerá fechada. “Temos de reduzir ainda mais nossos contatos sociais para combater” a pandemia, declarou a chanceler durante entrevista coletiva, após se reunir por videoconferência com as autoridades das 16 regiões alemãs.

O governo restringirá as viagens não essenciais a um raio de 15 quilômetros nos focos de coronavírus. A nova regra se aplicaria a locais com mais de 200 novos casos por 100 mil pessoas por ao menos sete dias. A medida será a primeira regra nacional no país restringindo o movimento para moradores de regiões mais atingidas.

As restrições afetarão algumas das principais cidades da Alemanha como Nuremberg, Dresden e Potsdam.

Em 30 de dezembro, o país superou pela primeira vez a marca de mil mortes em 24 horas. A Alemanha registra mais de 1,7 milhão de casos desde o início da pandemia do novo coronavírus, que provocou 35.518 mortes em seu território.

As autoridades alertam que ainda não é possível ter dimensão do impacto das festas de fim de ano e dos encontros familiares. Mais de 317 mil pessoas, idosos e profissionais de saúde, receberam até ontem a primeira dose da vacina BioNTech-Pfizer. Apesar do ritmo de vacinação mais acelerado que em vários países europeus, muitos criticam a suposta lentidão do governo. 

Com centenas de mortes a cada dia, as tensões políticas ameaçam aumentar ainda mais em meio a uma onda crescente de críticas sobre a estratégia do governo de distribuir uma vacina contra o coronavírus. Uma eleição nacional está marcada para setembro e altos funcionários dos social-democratas - o parceiro da coalizão governista - atacaram o ministro da Saúde, Jens Spahn, uma figura importante no partido de Merkel, o CDU. 

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Com as novas restrições, as reuniões privadas serão limitadas a uma pessoa de outra família e crianças não estarão mais isentas das regras. Além disso, o governo tem estimulado o trabalho remoto, encorajou empregadores a darem férias para funcionários neste período e forneceu um suporte financeiro para empresários. 

A situação é grave na Saxônia, que durante muito tempo não aceitou as restrições e que registrou taxa de incidência de 323 casos para cada 100. mil habitantes na segunda-feira. Outras regiões do leste, como Turíngia e Brandeburgo, também são muito afetadas.

O governador da Saxônia, o conservador Michael Kretschmer, considera agora que a ampliação do prazo das restrições é "inevitável", mas há algumas semanas criticava o que chamava de "histeria" das medidas contra a covid-19.

"A situação do coronavírus é muito séria. Devemos permanecer difícil e não deve parar tão cedo", tuitou Markus Soeder, chefe do Estado da Baviera, no sul, antes da reunião. 

Vista externa da chancelaria germânica, em Berlim Foto: EFE/EPA/FILIP SINGER

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Merkel, que está em seu último ano como chefe de governo, não conseguiu impor medidas mais rígidas porque as regiões estavam mais preocupadas com a atividade econômica. Além das restrições, a Alemanha aposta na campanha de vacinação para conter a pandemia. 

Merkel está sendo questionada sobre sua decisão de incumbir a União Europeia de negociar com as empresas farmacêuticas, uma medida que os críticos dizem que desacelerou o processo e reduziu a quantidade de jabs disponíveis.

Funcionários do governo Merkel disseram que estão tentando acelerar a produção e distribuição de vacinas. Além da injeção desenvolvida em conjunto pela BioNTech, a aprovação de outras pelas autoridades de saúde europeias deve ajudar a acelerar a vacinação.

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Mais de 317 mil pessoas, idosos e profissionais de saúde, receberam até segunda-feira a primeira dose da vacina BioNTech-Pfizer. Apesar do ritmo de vacinação mais acelerado que em vários países europeus, muitos criticam a suposta lentidão na Alemanha. / AFP, REUTERS e W. POST 

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