PUBLICIDADE

Alemanha envia médicos e ventiladores para ajudar Portugal a deter segunda onda da covid-19

Portugueses passam pelo pior momento desde o início da pandemia

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

BERLIM — Os militares alemães enviaram nessa quarta-feira, 3, mais de 20 médicos e enfermeiras, além de ventiladores e leitos hospitalares, para Portugal.

PUBLICIDADE

Os portugueses chegaram a ser referência do combate ao coronavírus no continente, mas enfrentam um aumento do número de casos e mortes desde o início de janeiro. A gravidade levou outras nações europeias, como a Áustria, a oferecer ajuda.

"A missão é necessária porque existe atualmente uma situação extremamente difícil em Portugal e porque temos de mostrar que os países só podem vencer esses grandes desafios em conjunto", disse o general militar Ulrich Baumgaertner.

Militares e equipamentos médicos alemães chegam a Portugal; país ibérico vive seu pior momento na pandemia. Foto: Patricia de Melo Moreira/ AFP

Um avião de transporte militar com 26 médicos, enfermeiras e especialistas, bem como 40 ventiladores móveis e 10 estacionários, partiu para Lisboa. A equipa militar alemã vai ainda trazer 150 leitos hospitalares para Portugal e pretende ficar inicialmente três semanas.

O embaixador de Portugal, Francisco de Menezes, agradeceu ao governo e aos militares alemães pelo apoio médico. "O seu trabalho vai ser muito bem-vindo em Portugal e ficaremos eternamente gratos por esta ajuda."

A Áustria ofereceu receber de 10 a 15 pacientes de terapia intensiva com covid-19, que seriam distribuídos em vários hospitais em todo o país, disse sua embaixada em Portugal.

"Agora temos um pouco mais de capacidade, esta é uma oportunidade de mostrar solidariedade europeia", disse o embaixador austríaco, Robert Zischg, àagência de notícias Reuters na embaixada de Lisboa.

Publicidade

Os ministérios da Saúde e da Defesa dos dois países mantêm contatos regulares. Segundo Zischg, cabe a Portugal decidir se aceita a oferta.

Portugal passou de exemplo ao caos no combate à pandemia de coronavírus. Na última semana, foi o país com mais novos casos diários (1.083,6) e mortes (18,2) por milhão de habitantes, segundo a Universidade Johns Hopkins. Na Europa, o Centro Europeu de Controle de Doenças revelou que o país também está na frente no ranking, com 1.429,43 casos de covid-19 por cem mil habitantes e 247,55 óbitos por milhão de habitantes em 14 dias.

Com uma população de 10,1 milhões, Portugal foi um dos últimos países na Europa a detectar um caso de coronavírus, em 2 de março. Diante do horror logo ao lado, na vizinha Espanha, parte da população já tomava cuidados e quem pôde tirou os filhos da escola e ficou em casa espontaneamente antes do decreto de confinamento, em 18 de março.

O vírus circulava pouco e havia 667 casos e duas mortes, contra 13,7 mil casos e 588 mortos na Espanha. A quarentena de 45 dias foi obedecida. Em 30 de abril, havia 22 mil casos e 989 óbitos (na Espanha: 24 mil mortos e 213 mil casos), e o Conselho de Ministros A situação começou a mudar em dezembro. Mesmo com o aumento de casos em outros países e a possibilidade de disseminação de novas cepas, Portugal autorizou viagens no final do ano e não impôs limites às pessoas na celebração do Natal.

Uma nova quarentena so foi decretada em janeiro. Os voos comerciais e privados de e para o Brasil estão suspensos.

Hospitais de Portugal estão à beira do colapso, com ambulâncias às vezes enfileiradas por horas por falta de leitos, enquanto algumas unidades de saúde lutam para encontrar espaço refrigerado suficiente para conservar os corpos dos mortos.

Embora as infecções diárias e mortes pela covid-19 no país tenham recuado na quarta-feira, 4, em relação aos registros da semana passada e menos pacientes estejam em tratamento intensivo, médicos e enfermeiras ainda estão sobrecarregados.

Publicidade

Portugal, que até agora notificou um total de 13.017 mortes pela covid-19 e 731.861 casos, registrou quase metade de todas as mortes no mês passado, à medida que os casos se aceleraram./ AFP e REUTERS

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.