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Alemanha expulsa sírios acusados de espionagem

Quatro diplomatas da embaixada em Berlim e dois homens presos estariam vigiando opositores; cerco a Homs entra no 7º dia e deixa mais 110 mortos

Por BERLIM
Atualização:

Alemanha decidiu ontem expulsar quatro diplomatas da Síria, após desbaratar uma suposta rede que espionava opositores do regime de Bashar Assad no exílio. Os funcionários têm até três dias para deixar o país. Enquanto isso, na Síria, o cerco das forças de Assad a Homs completou uma semana e ontem deixou mais 110 mortos, segundo a oposição.A polícia alemã anunciou a prisão de dois homens - um sírio e um libanês - que trabalhariam para a espionagem síria mapeando e vigiando líderes da oposição a Assad na Alemanha. Segundo a imprensa alemã, eles não eram diplomatas, mas tinham contato direto com a embaixada de Damasco. Outras seis pessoas estão sendo investigadas.O ministro das Relações Exteriores de Berlim, Guido Westerwelle, anunciou a expulsão dos quatro diplomatas sírios, três homens e uma mulher cujas identidades não foram reveladas. Westerwelle disse que os funcionários se envolveram em atividades "incompatíveis com o status diplomático" - algo que, no jargão diplomático, geralmente equivale a dizer "espionagem".Um deputado alemão de origem síria, Ferhad Ahma, do Partido Verde, foi atacado no ano passado em seu apartamento por homens que fingiam ser policiais. Ahma também integra o Conselho Nacional Sírio (CNS), guarda-chuva que agrega vários grupos de oposição a Assad.Uma semana. O cerco de tropas de Assad à cidade de Homs, epicentro dos 11 meses de distúrbios, entrou ontem em seu sétimo dia. Mais 110 pessoas teriam sido mortas nos últimos ataques, segundo os Comitê de Coordenação Local. Relatos de moradores indicam que as forças de Damasco estão intensificando a ofensiva contra o bastião opositor. Mesquitas e escolas foram convertidas em hospitais para atender ativistas, enquanto tanques e artilharia pesada investiam contra bairros residenciais. O palco dos piores confrontos seria a região Baba Amr. Das 110 vítimas de ontem, 35 teriam sido mortas no bairro. Ontem a França pressionou a Rússia a mudar de posição na crise síria. Por telefone, o presidente Nicolas Sarkozy pediu a seu colega Dmitri Medvedev que apoie a iniciativa da Liga Árabe de reenviar sua missão ao país. / NYT. COM ANDREI NETTO, DE PARIS,

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