12 de janeiro de 2010 | 17h54
Ele chamou o dossiê de "um trabalho sério e sólido", mesmo que a maior parte das informações contidas nele tenham se mostrado erradas no que diz respeito à capacidade militar de Saddam. "Eu defendo cada palavra do dossiê e eu defendo cada parte do processo", disse Campbell. "Foi uma genuína tentativa do primeiro-ministro e do governo de despertar o interesse do público".
Ele negou ter pressionado os chefes da inteligência britânica para alterarem a conclusão e, assim, fortalecer a decisão de Blair para ir à guerra. Ele afirmou não ter adulterado informações de inteligência. "Em nenhum momento alguém do governo disse para os serviços de inteligência: ''olhem, vocês têm de preparar este caso''", disse Campbell ao painel, afirmando que o chefe de inteligência, John Scarlett e seu grupo de gerência ficaram satisfeitos com o relatório e seus desdobramentos.
Foi uma enfática defesa feita pelo homem que trabalhou como o principal estrategista de comunicação de Blair de 1997 até agosto de 2003. Ele negou consistentemente qualquer ato ilegal, dizendo a outros três inquéritos que a preparação do dossiê foi feita de forma correta.
O documento foi ridicularizado por causa das afirmações infundadas de que Saddam poderia fabricar armas nucleares no prazo de um ano e da afirmação que o ditador iraquiano tinha armas químicas que poderiam ser lançadas em 45 minutos. As duas afirmações se mostraram falsas - nenhuma arma de destruição em massa foi encontrada no Iraque depois que as forças lideradas pelos Estados Unidos depuseram Saddam.
Campbell culpou os problemas do dossiê a falhas de inteligência e não a erros cometidos por ele ou por Blair. O ex-primeiro-ministro deve testemunhar no Inquérito Iraque no final de janeiro ou começo de fevereiro.
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