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Aliados de Cristina Kirchner querem segunda reeleição da presidente

Máximo Kirchner, filho da presidente, poderia ser candidato parlamentar no ano que vem

Por Ariel Palacios e correspondente em Buenos Aires
Atualização:

BUENOS AIRES - "A continuidade de Cristina Kirchner deve ser Cristina Kirchner". Este é o postulado que diversos setores do kirchnerismo estão pronunciando sobre os debates da sucessão da presidente argentina.

 

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Embora Cristina tenha sido reeleita em outubro passado - e iniciado seu segundo mandato em dezembro - um dos principais referenciais do setor denominado "ultra-kirchnerista", a deputada Diana Conti, admitiu em declarações à imprensa que os aliados da presidente pretendem implementar uma reforma da constituição nacional argentina, de forma a permitir uma eventual segunda reeleição.

 

Atualmente, o kirchnerismo não conta com nenhuma outra figura de peso no governo além da própria presidente Cristina. Desta forma, caso fosse reeleita em 2015, Cristina governaria a Argentina até 2019.

 

'Palavrão'

 

"Por mais que a segunda reeleição seja uma espécie de palavrão na Argentina, eu admito que ficaria muito feliz que a presidente Cristina decidisse ter a oportunidade de continuar no comando do país", disse Conti. Ela argumentou que "é preciso mudar a constituição atual, já que a atual carta magna, reformada em 1994 teve a matriz liberal e conservadora. Seria preciso fazer uma reforma constitucional que dê uma virada no sistema de poder da Argentina".

 

Conti, em conjunto com outros pesos-pesados do kirchnerismo no Parlamento - Julián Dominguez, presidente da Câmara, e o deputado Carlos Kunkel - estão avaliando o momento adequado de lançar a campanha da "re-releição" de Cristina, sem que isso gere uma imagem de perpetuidade no poder.

 

Filósofos e juristas "kirchnerófilos" debateram o formato da eventual reforma constitucional durante uma conferência pública na semana passada.

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Os analistas políticos indicam que a melhor forma de instalar a reforma é a de iniciar com apelos genéricos para uma mudança profunda da carta magna. Posteriormente, quando a reforma estiver em andamento, abririam o debate sobre um novo mandato de Cristina, atualmente proibido pela lei.

 

Filho presidencial

 

Os kirchneristas também admitem que existe uma possibilidade de que Máximo Kirchner, filho primogênito da presidente Cristina e do ex-presidente Nestor Kirchner (que morreu em outubro de 2010), seja candidato a deputado federal nas eleições parlamentares do ano que vem.

 

"Máximo é uma pessoa muito bem formada, muito pensante e possui capacidade e maturidade para ser parlamentare. Segundo o deputado Fernando Navarro, Máximo seria candidato pela província de Buenos Aires, onde concentra-se grande parte do eleitorado kirchnerista.

 

Máximo Kirchner é o presidente nominal de "La Cámpora", denominação da juventude kirchnerista, que ocupa cada vez mais espaços de poder dentro do governo.

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