
15 de março de 2010 | 14h42
Resultados preliminares das eleições do domingo para renovar o Parlamento da Colômbia e para o Parlamento Andino (órgão de deliberação da Comunidade Andina de nações), divulgados nesta segunda-feira, indicam uma vitória de aliados do presidente Álvaro Uribe.
Os dois partidos mais votados são aliados na coalizão de governo e atualmente dominam o Congresso do país. Em primeiro ligar na preferência dos eleitores ficou o próprio partido de Uribe, o Partido de la U.
Também faz parte da aliança o novo Partido de Integração Nacional (PIN), que ficou em quarto lugar, apesar das repetidas acusações de envolvimento da agremiação com pessoas ligadas a grupos paramilitares de direita.
O pleito teve uma baixa votação para partidos independentes e marcou também o recuo do partido de esquerda Polo Democrático Alternativo (PDA).
Nas eleições de domingo, estavam em jogo 102 cadeiras no Senado, 166 na Câmara de Representantes e cinco no Parlamento Andino. Também houve votação para definir os candidatos presidenciais dos partidos Verde e Conservador.
Consulta
"Os resultados das eleições confirmam de uma forma muito contundente a virada para o conservadorismo da Colômbia", disse à BBC Carlos Gaviria, que em 2006 foi o candidato presidencial do oposicionista PDA.
Gaviria afirma que os resultados se devem aos muitos candidatos que apostaram no discurso centrista e ao fato de a "esquerda ter ficado abandonada".
O aumento do número de votos para os conservadores também foi atribuído ao fato de que no domingo se realizou também a consulta para escolher o candidato presidencial do partido, o que "atrelou muitos votos", de acordo com Elisabeth Ungar, diretora da organização Transparência para Colômbia.
Até o momento ainda não está claro quem será o candidato conservador à Presidência, o ex-ministro Andrés Felipe Airas ou a ex-chanceler Noemí Sanin. A indefinição ocorre devido ao fato de a diferença de votos entre os dois ser muito pequena e a contagem avançar muito lentamente.
A não ser por alguns incidentes atribuídos às guerrilhas e paramilitares, além das denúncias de irregularidades nas votações em certas regiões, as autoridades informaram que a votação de domingo ocorreu dentro do normal.
Violência e compra de votos
O ministro da Defesa, Gabriel Silva, disse que "estas foram as eleições menos violentas dos últimos 30 anos".
Segundo o ministro do Interior e Justiça, Fabio Valencia, os "atos terroristas" tiveram uma redução de 92% em relação às eleições legislativas de 2006.
A ONG Missão de Observação Eleitoral (MOE), com 7 mil representantes em todo o país, também disse à BBC que a violência foi menor do que o esperado.
Entretanto, um integrante da MOE, Pedro Santana, disse que "houve grande compra de votos por parte de certos partidos políticos, na sua maioria, da coalizão de governo".BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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