Aliança com senadora afastaria ameaças

Tê-la na Casa Branca evitaria que ela dividisse o partido outra vez

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Por WP e AP E THE GUARDIAN
Atualização:

Partidários da senadora Hillary Clinton e aliados do presidente eleito, Barack Obama, confirmaram ontem que há grandes chances de ela ser secretária de Estado do próximo governo. Desde o início, os conselheiros de Obama não fizeram nada para afastar os rumores, como fizeram quando Hillary não foi escolhida para vice da chapa democrata. Uma das razões mais fortes para que Obama trabalhe com Hillary na Casa Branca são as ambições presidenciais da senadora. "É melhor ter os Clintons no governo do que fora dele", disse um conselheiro de Obama ao jornal Politico. A declaração é uma referência ao fato de a senadora ser candidata natural do partido em 2012, caso o próximo governo naufrague. Tê-la na Casa Branca evitaria que a metade do partido controlado por Hillary minasse o governo de Obama. O gabinete de Obama já tem sido chamado de "Team of Rivals" (Time de Rivais), título da biografia de Abraham Lincoln da escritora Doris Goodwin. O livro, um dos preferidos de Obama, conta como Lincoln formou um gabinete com seus principais oponentes. SELEÇÃO Se Hillary aceitar a oferta para ocupar o Departamento de Estado, a senadora deverá passar pelo rígido programa de seleção de Obama. A equipe do presidente eleito exige que todos os candidatos a cargos de gabinete respondam um questionário com 63 perguntas, passem por uma inspeção rigorosa do FBI, divulguem seu histórico financeiro e revelem todo o envolvimento com empresas privadas e organizações políticas, religiosas, civis e instituições de caridade nos últimos dez anos. O problema com Hillary é que essas exigências se estendem aos cônjuges dos futuros funcionários do alto escalão do governo. Até agora, Bill Clinton tem se recusado a divulgar detalhes sobre os doadores de sua fundação. Não está claro se o ex-presidente estaria disposto a abrir suas contas ou se Obama abriria uma exceção. Ao convidar Hillary para ser secretária de Estado, Obama teria ampliado sua busca além dos candidatos citados para o cargo, como o senador John Kerry, candidato presidencial em 2004, e o senador por Nebrasca Chuck Hagel, um republicano que apoiou Obama neste ano. Kerry é padrinho político de Obama. Foi ele quem o lançou no cenário nacional ao dar-lhe a honra de realizar o discurso de abertura da convenção democrata de 2004. Além de apoiá-lo desde o primeiro momento, Kerry é membro da Comissão de Relações Exteriores do Senado. O vice-presidente eleito Joe Biden teria tido um papel-chave na escolha de Hillary. Ele sempre demonstrou admiração pelos conhecimentos da ex-primeira-dama em política externa.

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