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Aliança de grupos xiitas exclui premiê iraquiano

Por AP
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Os grupos muçulmanos xiitas anunciaram ontem a formação de uma nova aliança, mas excluíram o primeiro-ministro Nuri Al-Maliki, em uma rara demonstração de desunião na maior seita islâmica do Iraque. A medida pressionará Maliki a tentar obter um acordo com os partidos muçulmanos sunitas se quiser manter o posto após as eleições parlamentares de janeiro. O anúncio representa um grande realinhamento no cenário político iraquiano, rompendo com a coalizão xiita que dominou o governo iraquiano desde a queda de Saddam Hussein, em 2003. A nova coalizão, chamada de Aliança Nacional Iraquiana, incluirá o maior partido xiita, o Supremo Conselho Islâmico Iraquiano; o bloco do clérigo Muqtada Al-Sadr - ambos com ligações com o Irã -; assim como alguns pequenos partidos sunitas e seculares. Se a aliança se sair bem nas eleições de 16 de janeiro, Teerã poderá aprofundar sua influência no Iraque, justamente quando as forças dos EUA começam a se retirar do país. O realinhamento não significa uma ameaça imediata a Maliki, mas a divisão representa um novo revés para a esperança de Maliki de vencer as eleições. ATENTADOS Bombas colocadas em dois micro-ônibus mataram ontem pelo menos 11 pessoas e feriram outras 12 perto da cidade de Kut, sul do país. Fontes policiais em Bagdá disseram que 20 pessoas tinham morrido, mas o chefe do conselho na Província de Wasit, afirmou que foram 11. Os ônibus seguiam de Bagdá para Kut, de maioria xiita, quando ocorreram as explosões. Os militares iraquianos divulgaram no domingo o que qualificaram de confissão do mentor dos atentados da semana passada em Bagdá, que deixaram 95 mortos. No vídeo, Wisam Khazim Ibrahim diz que milicianos pagaram US$ 10 mil para que um caminhão-bomba passasse nos postos de controle.

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