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Aliança de rivais desafiará candidato de Mujica no 2º turno da eleição uruguaia

Opositores unidos. Luis Lacalle Pou, segundo colocado na votação de domingo, obteve o apoio do terceiro mais votado, Pedro Bordaberry; Tabaré Vázquez, da governista Frente Ampla, obteve 47,8% dos votos e partido deve ter maioria no Legislativo

Por ARIEL PALACIOS e MONTEVIDÉU
Atualização:

A Corte Eleitoral do Uruguai divulgou ontem resultados oficiais da eleição presidencial de domingo, confirmou o segundo turno e lançou os dois principais candidatos em uma busca pelas alianças que possam garantir a vitória. A disputa será entre o ex-presidente Tabaré Vázquez, da coalizão de centro-esquerda Frente Ampla, e Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional.

O candidato à Presidência do Uriguai, Luis Lacalle Pou e o candidato derrotado no primeiro turno, Pedro Bordaberry Foto: Miguel Rojo/AFP

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Os dados indicavam que, com 99,3% das urnas apuradas, Tabaré obteve 47,8% dos votos. Lacalle Pou vinha em seguida, com 30,9%. O segundo turno será em 30 de novembro.

Agora, os líderes partidários avaliam os acordos políticos necessários para vencer e garantir a governabilidade a partir de março, quando assumirá o poder o presidente que sucederá a José Mujica.

O primeiro sinal surgiu de forma imediata no domingo à noite quando Lacalle Pou, que discursava para seus militantes, anunciou o apoio de Pedro Bordaberry, o candidato presidencial do Partido Colorado, que ficou em terceiro lugar, com 13% dos votos.

As negociações entre Lacalle Pou e Bordaberry incluirão pontos do programa de governo, além da eventual futura divisão de cargos. "Esses dois são a mesma coisa", disse ontem com ironia o presidente Mujica, também da Frente Ampla.

O Partido Nacional tentará atrair setores do Partido Colorado, grupo que está dividido em dois setores. Um deles, mais conservador, votaria em Lacalle Pou. A Frente Ampla está atrás de outra ala dos eleitores colorados, os "batillistas", herdeiros da corrente política que implementou as reformas sociais de vanguarda na primeira metade do século 20 no Uruguai, com posição de centro-esquerda. "No segundo turno, decidiremos se o Uruguai avança melhor ou se volta às políticas velhas", disse Tabaré.

A coalizão de situação também espera captar os eleitores dos setores mais à centro-esquerda do próprio Partido Nacional, os "wilsonistas". A caça a esses votos começou dias antes do primeiro turno e se intensificará nas próximas semanas.

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Parlamento.

Os resultados parciais de ontem indicavam que a Frente Ampla havia conseguido 15 cadeiras do total de 31 no Senado. Mas ainda falta definir um voto, o do presidente do Senado, que será o próximo vice-presidente da República, a ser eleito no segundo turno.

Segundo Mariana Pomies, da consultoria Cifra, "na hipótese de a FA vencer o segundo turno, terá maioria própria na câmara alta".

Na Câmara de Deputados, a coalizão de centro-esquerda de Mujica e Tabaré esperava ainda a contagem dos últimos votos a apurar para saber se havia conseguido o deputado número 50. Caso consiga, terá maioria por um único voto.

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