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Aliança multilateral será prioridade dos EUA

Por AP E REUTERS
Atualização:

Com base no que defendeu durante a campanha, Barack Obama será um presidente bem mais próximo do internacionalismo de Woodrow Wilson do que do unilateralismo de George W. Bush. Pelo pouco que Obama deixou escapar e segundo seus assessores, a prioridade do próximo governo será a construção de uma ampla aliança para tentar desatar alguns nós da política internacional. Como não poderia deixar de ser, o maior esforço da diplomacia de Obama será direcionado para a guerra no Iraque, conflito que consome US$ 10 bilhões por mês e já matou 4 mil americanos. Durante a campanha, ele prometeu retirar as tropas em 16 meses e remanejar um grande contingente para combater o terror no Afeganistão. Com o fim do governo Bush, Obama herdou outro desafio: como se mover entre Índia e Paquistão, dois importantes aliados cuja relação está em crise. O presidente eleito já demonstrou desconforto com o fato de os EUA financiarem o governo paquistanês em troca de poucos resultados. Com relação ao Irã - único tema sobre o qual ele se pronunciou abertamente desde que foi eleito -, Obama afirmou ser "inaceitável" que Teerã tenha armas nucleares. Mas, para atingir seu objetivo, ele precisa da ajuda de aliados, principalmente europeus e russos. A era Bush mostrou que não basta ter um quinto do PIB mundial e mais da metade dos gastos militares do planeta para ganhar uma guerra, e sim legitimidade. Por isso, analistas prevêem o fechamento da prisão de Guantánamo e uma tentativa de diálogo com Estados que até agora foram isolados pela diplomacia americana: Irã, Síria e Cuba. Alguns integrantes do gabinete, como o futuro secretário de Comércio, Bill Richardson, já manifestaram a intenção de acabar com o embargo ao regime cubano.

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