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Alívio marca volta de 1º grupo ao Brasil

Em Porto Alegre, turistas reveem parentes e relatam momentos de tensão após o naufrágio do navio de cruzeiro Costa Concordia

Por LUCAS AZEVEDO e PORTO ALEGRE
Atualização:

Os 11 brasileiros do Rio Grande do Sul que escaparam do naufrágio do navio de cruzeiro Costa Concordia desembarcaram na manhã de ontem em Porto Alegre afirmando que "imperícia e imprudência" foram as causas do incidente. Ainda assustados com os momentos de terror que passaram a bordo, eles acreditam que se a embarcação não tivesse se chocado contra rochas e encalhado, teria invadido a Ilha Giglio."Se não fossem essas pedras, possivelmente seria muito maior o desastre", contou o advogado e professor universitário Luis Augusto Luz, de 47 anos. Ele viajava com a noiva, a mãe e a irmã. O advogado acredita na irresponsabilidade do comando do Costa Concordia, pois, segundo ele, o navio viajava perto demais da costa. "Estávamos próximos às rochas e não havia um espaço prudente para o deslocamento da embarcação. Também acho que houve negligência, porque, se alguém no comando tivesse olhado para fora, não bateríamos", disse. Luz contou que, no momento do choque, estava em uma loja do navio. Faltou energia e as mercadorias caíram das prateleiras. "Todos perceberam que havia um problema. Então, o comando comunicou que era um defeito no gerador e pediu para que todos se mantivessem calmos, quando, na verdade, tinha ocorrido a colisão."Calmos, já que haviam acabado de ter sido informados pela tripulação que a sacudida teria ocorrido devido a um problema elétrico, os turistas foram surpreendidos após dez mintuso com ordens para deixar o navio imediatamente. "Aí, houve outra falta de habilidade deles, porque os passageiros estavam confiando na informação anterior. Eis que, de uma hora para outra, simplesmente anunciaram que era para abandonar o navio. Evidentemente, o pânico foi total, em clima de Titanic."Aguardando as instruções nos corredores do Costa Concordia, turistas equipados com coletes salva-vidas se aglomeraram na área de embarque nos botes salva-vidas. Nesse momento, a inclinação do navio já prejudicava os passageiros. "Algumas pessoas estavam só com roupas íntimas", relata o advogado. Registros mostram que a temperatura na noite do acidente era de 6ºC.A salvo no bote, Luz e sua família chegaram em terra firme três minutos depois. Lá, o grupo foi recebido por socorristas e moradores."O governo italiano foi super atencioso, doando roupas e alimentos. Agora vamos esperar a empresa entrar em contato", disse Lúcia de Mattos Leon Machado, de 28 anos, esposa de Luz, à RBSTV, já de volta a Porto Alegre. Ela agora espera ser ressarcida pelo que deixou no navio naufragado.Um primeiro grupo de gaúchos desembarcou no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, por volta das 9h30 de ontem, direto de Milão. Cerca de uma hora mais tarde, mais cinco brasileiros desembarcaram na capital gaúcha.

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