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Amanda Knox desembarca nos EUA após ser liberada na Itália

Americana e o ex-namorado chegaram a ser condenados por morte de estudante britânica

Por BBC Brasil
Atualização:

A americana Amanda Knox desembarcou na noite desta terça-feira, em Seattle, nos Estados Unidos, após ser liberada pela Justiça italiana. Ela e o ex-namorado, Raffaele Sollecito, chegaram a ser presos e condenados pela morte da estudante britânica Meredith Kercher, em 2007. Uma corte de apelação reverteu a sentença na segunda-feira. Knox foi recebida por dezenas de pessoas no aeroporto, onde fez uma rápida declaração, chorando. "Eu olhei para baixo, do avião, e parecia ser irreal... Eu só queria agradecer a todos por me defender e dar apoio à minha família", disse, ao desembarcar. Knox, de 24 anos, e o italiano Sollecito, de 27, passaram quase quatro anos presos na Itália. Eles haviam sido condenados em 2009 a 26 e 25 anos de prisão, respectivamente, pelo assassinato de Kercher, de 21 anos, na cidade italiana de Perugia. A decisão, no entanto, foi revista por um tribunal de apelação na última segunda-feira. A corte de apelação acatou o argumento da defesa, que considerou inválida a principal prova contra Knox e Sollecito, uma mostra de DNA encontrada em uma faca de cozinha na cena do crime. O material não teria sido colhido segundo as recomendações internacionais, sendo manipulado com uma sacola plástica, e não com o papel adequado. A promotoria sustenta que a morte de Kercher foi resultado de um jogo sexual brutal que deu errado. Os promotores anunciaram que vão apresentar recurso de apelação. Além de Knox e Sollecito, uma terceira pessoa foi condenada pelo assassinato de Kercher em um julgamento separado. Rudy Guede, de 24 anos, foi condenado a 30 anos de prisão em 2008, mas após um recurso, a pena foi reduzida para 16 anos. Família britânica A família da estudante britânica se disse frustrada pela reversão da sentença. "Sinto que voltamos à estaca zero. A busca prossegue para descobrirmos o que realmente aconteceu", disse o irmão de Meredith Kercher, Lyle. Sua irmã, Stephanie, disse que "a maior frustração" é não saber ainda o que ocorreu e ter consciência de que "alguém ou mais pessoas por aí" seriam responsáveis pela morte de Meredith. "É muito duro falar em termos de perdão. Até que a verdade apareça, não podemos perdoar ninguém", completou. Promotores italianos disseram que vão apelar da decisão.

 

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