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Ameaça de sanções à Síria divide Conselho de Segurança da ONU

Rússia é contra possíveis sanções econômicas e diplomáticas

Atualização:

NAÇÕES UNIDAS - O mediador internacional Kofi Annan pediu nesta quarta-feira, 11, ao Conselho de Segurança da ONU que alerte o governo e a oposição da Síria para as "claras consequências" em caso de descumprimento do seu plano destinado a encerrar 17 meses de conflito no país.

Veja também:link Kofi Annan diz que presidente da Síria discute formar um governo de transiçãolink Irã pede que ONU vigie fronteiras sírias para evitar contrabando de armasforum CURTA NOSSA PÁGINA NO FACEBOOKMas os membros do Conselho de Segurança divergem fortemente sobre quais seriam essas consequências. Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Alemanha insistem na adoção de sanções contra o governo sírio, ao passo que a Rússia vê isso como um "último recurso". O Conselho tem até o dia 20 para definir o futuro da missão de observação da ONU na Síria, conhecida pela sigla UNSMIS. A missão, com mandato de três meses e a participação de até 300 militares desarmados, deveria monitorar um cessar-fogo declarado em 12 de abril, mas que não chegou a ser implementado. "Ele (Annan) pediu aos membros do Conselho de Segurança para que deixem de lado seus interesses nacionais e exerçam uma pressão conjunta e sustentada sobre ambas as partes, com claras consequências em caso de descumprimento", disse o embaixador britânico na ONU, Mark Lyall Grant. A Grã-Bretanha apresentou nesta quarta uma proposta de resolução do Conselho que prorroga em 45 dias o mandato da UNSMIS, além de colocar o plano de paz de Annan e as diretrizes para o estabelecimento de um governo transitório na Síria sob a égide do artigo 7° da Carta da ONU. Isso abriria caminho para a imposição de sanções diplomáticas e econômicas e até mesmo uma intervenção militar que encerre os 16 meses de violenta repressão governamental a um movimento que tenta depor Assad. "Nossa visão é de que este Conselho precisa colocar esse tipo de plano sob o Artigo 7°, tornar claro que ele é compulsório", disse a embaixadora norte-americana, Susan Rice, acrescentando que a prorrogação do atual mandato seria "insuficiente". A proposta de resolução ameaça especificamente o governo sírio com sanções caso ele não pare de usar armas pesadas e desmilitarize as cidades do país em um prazo de dez dias. O texto britânico, redigido após consultas aos países aliados, se contrapõe a uma proposta apresentada na terça-feira pela Rússia que prorroga a UNSMIS por três meses, mas não faz menção a sanções. "Kofi Annan não nos pediu para aplicar sanções", disse a jornalistas o embaixador-adjunto da Rússia, Alexander Pankin, após reunião com Annan. "Ele disse apenas que o Conselho de Segurança deveria ... enviar um sinal de que suas recomendações e ações sugeridas precisam ser implementadas, ou então haverá consequências." "Mas consequências não significam necessariamente ações sob determinado artigo ou um certo artigo", acrescentou. "O Artigo 7° é o último recurso, o Artigo 7° não é um mecanismo muito eficiente."

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