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Americanos afirmam que Rússia atacou sírios treinados pela CIA

Senador republicano diz que informação veio de pessoas no local do treinamento; Moscou nega atacar alvos que não sejam 'terroristas'

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Por Redação
Atualização:
Série de imagens foi divulgada pelo Ministério da Defessa russo para mostrar ataques realizados contra o Estado Islâmico na Síria Foto: Reuters

WASHINGTON - O senador republicano John McCain denunciou nesta quinta-feira, 1, que alguns dos primeiros bombardeios lançados pela Rússia na Síria tiveram como alvo rebeldes opositores ao regime do presidente Bashar Assad treinados pela CIA.

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"Posso confirmar porque temos informações com pessoas que estão lá", disse McCain, presidente do Comitê de Serviços Armados do Senado dos EUA, em entrevista à emissora americana CNN. "Os primeiros ataques russos foram contra indivíduos e grupos que foram financiados e treinados pela nossa CIA."

O senador republicano, derrotado por Barack Obama nas eleições presidenciais de 2008, é um dos principais críticos da estratégia do governo por considerar que ela não é suficiente para apoiar os opositores do regime de Damasco.

Na mesma linha de McCain, o jornal The Wall Street Journal publicou nesta quinta, citando como fonte funcionários americanos, que um bombardeio atingiu uma "área usada principalmente por rebeldes apoiados pela CIA".

Autoridades russas e sírias insistem que os alvos dos ataques são terroristas, "do Estado Islâmico ou ligado do grupo", como afirmou o embaixador sírio na Rússia, Riad Haddad.

O embaixador russo na França, Alexander Orlov, disse que os ataques russos também tiveram como alvo grupos ligados à Al-Qaeda e à Frente al-Nusra. Segundo Haddad, os alvos foram determinados em conjunto entre Moscou e Damasco.

Um dos comandantes do Exército Sírio Livre, de oposição a Assad, o general Ahmad Rahal, afirmou à agência Efe que as bombas russas acertaram posições da organização nas províncias de Hama e Idlib.

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Na quarta-feira, o secretário de Defesa dos EUA, Ashton Carter, havia dito que o primeiro ataque aéreo russo na Síria "aparentemente" ocorreu em regiões que não estão sob controle do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), reiterando as denúncias da oposição síria.

A Força Aérea da Rússia, país que apoia Assad, deu início aos ataques em território sírio na quarta afirmando ter como alvos o EI em Hama e Homs, de acordo com fontes oficiais russas e sírias.

Outro órgão que afirmou que os ataques russos tiveram como alvo posições dos rebeldes em Hama foi o Observatório Sírio de Direitos Humanos, que tem sede na Grã-Bretanha.

Khaled Joya, presidente da Coalizão Nacional Síria (CNFRO), também contrária ao regime de Assad, afirmou que 36 civis morreram devido aos bombardeios de Moscou. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, classificou de "ataque informativo" as denúncias e as notícias que afirmam que os primeiros bombardeios do Kremlin na Síria provocaram mortes de civis. /EFE e WASHINGTON POST

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