Grupos americanos alertam para aumento de crimes de ódio no país

Situação nos EUA se agravou com ataques em Paris e retórica inflamada do republicano Donald Trump

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NOVA YORK - Grupos militantes alertaram nesta quinta-feira, 10, para a recorrência de incidentes de crimes de ódio e ataques contra islâmicos nos EUA nas últimas semanas que podem estar ligados ao ataque da semana passada na Califórnia e à retórica inflamatória de Donald Trump e de outros pré-candidatos republicanos.

“O agravamento foi com os ataques em Paris e se intensificaram com o que aconteceu em San Bernardino. E agora, com o que Donald Trump está propondo”, disse Ibrahim Hooper, porta-voz do Conselho de Relações Islâmico-Americanas. “Nunca vi um medo e apreensão como esses na comunidade muçulmana, nem mesmo após o 11 de Setembro.” 

Moradores de San Bernardino fazem homenagem às 14 vítimas do ataque de quarta-feira passada Foto: REUTERS/Patrick T. Fallon

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Autoridades dizem que é difícil medir a extensão do problema. O FBI, que mantém estatísticas nacionais sobre crimes de ódio, contabilizou 154 crimes de preconceito contra muçulmanos no ano passado. Os dados de 2015 ainda não estão disponíveis. 

A Liga Contra a Difamação, citando denúncias e reportagens da imprensa, afirma que catalogou mais de três dezenas de incidentes desde 13 de novembro, dia dos ataques em Paris que mataram 130 pessoas. 

A situação, segundo essas entidades, se agravou com a declaração de Trump defendendo que os muçulmanos fossem barrados nos EUA. Seus rivais também não ajudaram. O republicano Ben Carson disse que um muçulmano não poderia ser presidente do país. Rick Santorum, também republicano, levantou dúvidas sobre se a Constituição americana protege o Islã como outras religiões. “O terreno tem sido preparado para esse tipo de assédio e demonização permanente do Islã”, disse Hooper. / AP 

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