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Americanos apóiam ataque preventivo ao Iraque

Por Agencia Estado
Atualização:

Um ano depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, as pesquisas de opinião confirmam que continuam inalterados o fervor patriótico dos americanos e a maior solidariedade que os devastadores atentados terroristas em Nova York e Washington despertaram entre eles. Mas a permanência desses sentimentos não significa que os americanos tenham dado um cheque em branco ao presidente George W. Bush nem se traduz num apoio automático à sua política externa. Pelo contrário, sondagens divulgadas neste domingo pelos jornais The New York Times e o The Washington Post mostram que, embora a popularidade de Bush continue elevada, entre 63% e 69%, respectivamente, e a taxa de aprovação de sua política externa e da guerra contra o terrorismo oscilem entre 57% e 70%, todos os índices estão em queda. De acordo com a pesquisa do Times, feita em parceria com a rede CBS, uma maioria de 52% dos americanos acha que a administração está reagindo a eventos e não tem um plano claro para sua campanha contra o terrorismo. Mais da metade disse que os EUA continuam vulneráveis a um novo ataque e 54% contra 42% acham que o governo federal poderia ter feito mais do que fez até agora para proteger o país e seus cidadãos. Na frente externa, quase dois terços, ou 64%, disseram que Bush ainda não lhes explicou a posição dos Estados Unidos em relação ao Iraque. Em tese, uma maior proporção discorda da nova doutrina de defesa enunciada por seu presidente, segundo a qual os EUA devem agir de forma preventiva e atacar países ou grupos que estejam preparando ataques contra os EUA. Iraque Quase metade, ou 47%, disseram que os EUA não devem atacar outro país a menos que tenham sido atacados primeiro por ele; 41% apoiaram a idéia de uma ação militar preventiva contra um país que possa ter planos de investir contra os EUA. Embora digam que Bush ainda tem que justificar seu plano de desencadear uma guerra contra Saddam Hussein, os americanos estão claramente propensos a apoiar os planos do presidente no caso específico do Iraque. Segundo a sondagem, em cada dez, oito acham que o governo de Bagdá possui armas de destruição em massa; e seis acreditam que ele as usará contra alvos americanos, se tiver oportunidade, e, por isso, apóiam a idéia de um ataque preventivo. Na política interna, a pesquisa do Post mostrou que o efeito positivo que a reação inicial de Bush aos ataques teve em várias medidas de seu desempenho já se dissipou quase que por completo em áreas que costumam influir fortemente na decisão dos eleitores. Antes dos ataques, 48% aprovavam a maneira como Bush estava conduzindo a economia. Esse número chegou a 72% em novembro do ano passado, mas está, agora, em 54%. A queda da taxa de aprovação do presidente americano desde o imediato pós-11 de setembro é igualmente significativa. A pesquisa do Post registra um declínio de 23% - de 92% para 69% - a partir de outubro do ano passado. Na sondagem do Times, a perda é de 24% desde o final de setembro de 2001 e de 3% desde julho. Um índice de aprovação de 63% é invejável, mas não torna Bush invulnerável. Bill Clinton tinha a mesma taxa de popularidade que Bush tem hoje quando o Congresso dos EUA aprovou os artigos de impeachment contra ele, em janeiro de 1999, por causa do ?affair Lewinsky?.

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