SEUL - Choi Soon-sil, conhecida por seu envolvimento no escândalo de corrupção ligado à presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, não quis prestar depoimento nesta segunda-feira, 26, perante um comitê parlamentar que se deslocou à prisão onde ela está detida para ser interrogada.
O comitê de investigação do Parlamento sul-coreano havia convocado Choi e outros dois personagens fundamentais no caso para prestar depoimento nos centros penitenciários dos arredores de Seul, onde estão detidos.
No entanto, tanto Choi como os dois assessores do escritório presidencial envolvidos no maior caso de corrupção na história recente da Coreia do Sul se negaram a prestar depoimento perante o comitê, segundo informou o porta-voz do órgão em entrevista à agência de notícias Yonhap. Até o momento, os três justificaram a decisão em razões de saúde e por afirmaram que as conclusões da investigação realizada pela Procuradoria sul-coreana ainda não são firmes.
O escândalo no país levou o Parlamento a aprovar a destituição da presidente e o Tribunal Constitucional até maio de 2017 para fazê-la ou não efetiva.
Choi, de 60 anos e amiga íntima de Park, é acusada, entre outras ações, de intervir em assuntos de Estado, apesar de não ostentar cargo público, e de extorquir grandes empresas para obter dinheiro.
Após a resposta dos envolvidos, o ex-secretário presidencial de coordenação política, Ahn Jong-beom, e o ex-secretário de agenda privada da presidência, Jeong Ho-seong, o comitê estabelecido pela Assembleia Nacional (Parlamento) tratou, sem sucesso, de interrogá-los em suas respectivas celas.
Embora os parlamentares tenham chegado a manter uma conversa com Choi na prisão, esta não quis comentar nenhum detalhe sobre o caso, e se limitou a negar todas as acusações contra ela e a pedir desculpas aos sul-coreanos pela "confusão" que o escândalo provocou, disse o porta-voz do comitê à agência Yonhap.
"O povo aguarda o testemunho de Choi, mas ela está se escondendo de forma proposital", afirmou o presidente do comitê e deputado do partido governante, Kim Sung-tae, em entrevista.
No véspera, Choi foi submetida a um interrogatório por parte da Procuradoria no qual negou ter escondido no exterior parte do dinheiro que obteve supostamente de grandes empresas sul-coreanas.
O comitê parlamentar, que conduz uma investigação paralela à Procuradoria, realizou até o momento cinco audiências nas quais prestaram depoimento altos cargos do escritório presidencial, magnatas dos oito maiores conglomerados empresariais do país e outras pessoas envolvidas no caso. / EFE