Amigos de vítimas fazem vigílias e tentam entender o que ocorreu
Nas proximidades da boate Pulse, grupos de frequentadores avaliam que ataque mudará rotina de clubes LGBT
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Por Cláudia Trevisan e ORLANDO
Atualização:
ORLANDO - Como muitos integrantes da comunidade LGBT de Orlando, Janice Rivera, de 24 anos, tentava ontem entender o que ocorreu na madrugada de ontem na Pulse, uma das casas noturnas da cidade que costuma frequentar. A poucos metros do local, ela e cinco amigas lésbicas faziam uma vigília com velas em homenagem às 50 pessoas que morreram e se perguntavam se a ação foi um crime de ódio contra homossexuais, um atentado terrorista ou ambos.
A Pulse é um dos clubes que faz parte do circuito noturno gay de Janice, ao lado do Parliament House e do Revolution. Por acaso, ela não estava lá na noite de sábado, quando a casa promoveu uma festa latina. “Era um lugar para todo mundo – heterossexuais, gays, lésbicas, jovens, velhos. Todo mundo era bem-vindo”, disse ao Estado. “Tudo que tem a ver com destruição em massa é terrorismo. Dessa vez, o alvo foi a nossa comunidade”, observou.
Homem mata 50 no pior tiroteio da história dos EUA
1 / 23Homem mata 50 no pior tiroteio da história dos EUA
Ataque em Orlando
Um homem matou 50 pessoas e deixou 53 feridos em um ataque em uma boate em Orlando, nos EUA, na madrugada de domingo, 12 Foto: _pixel_trappa
Ataque em Orlando
A boate Pulse (foto), local do ataque, é frequentadapelo público LGBT Foto: AP Photo/Chris O'Meara
Omar Mateen
O atirador, identificado como Omar Mateen, de 29 anos, é americano e filho de afegãos. Ele mantinha uma página com selfies na rede social MySpace Foto: MySpace/Reprodução
Ataque em Orlando
O presidente Barack Obama classificou o ataque como um "ato de terror e ódio" e, na Casa Branca, a bandeira americana foi hasteada a meiomastro Foto: Stephen Crowley/The New York Times
Ataque em Orlando
Dezenas de viaturas policiais, incluindo uma equipe da SWAT, invadiram a área em torno da casa noturna. Pelo menos duas caminhonetes da polícia foram ... Foto: AP Photo/Phelan M.EbenhackMais
Ataque em Orlando
Por volta das 2h no horário local (cerca de 3h no horário de Brasília), Mateen entrou armado de um rifle e uma arma de pequeno porte, além de um "disp... Foto: AP Photo|Phelan M. EbenhackMais
Ataque em Orlando
Ele entrou abrindo fogo dentro de estabelecimento e um policial que trabalhava como segurança dentro da boate revidou ao ataque também a tiros Foto: AP Photo/Phelan M. Ebenhack
Ataque em Orlando
Na foto, profissionais do hospital regional aguardam a chegada de vítimas de ataque que deixou 50 mortos e 53 feridos Foto: AP Photo/Phelan M. Ebenhack
Ataque em Orlando
A área do entorno da boate foi isolada e a polícia investiga o tiroteiocomo um ataque terrorista Foto: AP Photo/Phelan M. Ebenhack
Ataque em Orlando
Omar Mateen chegou a fazer reféns dentro da boate e, por volta das 6h (Brasília), foi morto por uma agente da SWAT, elite da polícia norte-americana, ... Foto: AP Photo/Phelan M. EbenhackMais
Ataque em Orlando
Amigos, familiares e envolvidos aguardam mais informações sobre as vítimas e as investigações nos arredores da delegacia Foto: REUTERS/Steve Nesius
Ataque em Orlando
Amigos e parentes das vítimas aguardam mais informações das autoridades que apuram as causas do ataque Foto: REUTERS/Steve Nesius
Ataque em Orlando
Segundo o FBI, a polícia faz buscas na casa do atirador e procura no perfil das redes sociais de Omar Mateen informações ou pistas que liguem o atirad... Foto: REUTERS/Steve NesiusMais
Ataque em Orlando
Não está descartada a hipótese de motivação religiosa no caso Foto: REUTERS/Steve Nesius
Ataque em Orlando
Segundo o chefe da polícia de Orlando, JohnMina, o homem estava munido de algum tipo "suspeito" de dispositivo e chegou a trocar tiros com um seguranç... Foto: EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERAMais
Ataque em Orlando
O tiroteio foi considerado o pior da história dos EUA Foto: Gerardo Mora/Getty Images/AFP
Ataque em Orlando
Um policial que trabalhava como segurança dentro da boate Pulse, o nome da casa que abrigou o incidente, trocou tiros com o suspeito por volta das 2h ... Foto: REUTERS/Steve NesiusMais
Ataque em Orlando
"Nos próximos dias iremos procurar entender onde esse indivíduo se inspirou para colocar em prática esse horrível ato de terrorismo", afirmou à rede d... Foto: REUTERS/Kevin KolczynskiMais
Ataque em Orlando
"Este é um incidente que, a meu ver, certamente pode ser classificado como um incidente doméstico de terrorismo" disse o xerife do condado de Orange, ... Foto: AP Photo/Phelan M. EbenhackMais
Ataque em Orlando
Inicialmente, a polícia disse por meio do Twitter que o barulho ouvido perto do local do tiroteio teria sido uma "explosão controlada" Foto: AP Photo/Phelan M. Ebenhack
Ataque em Orlando
Um dos frequentadores da casa noturna, Rob Rick contou que o ataque teve início por volta das 2h da manhã, pouco antes do encerramento da festa. "Todo... Foto: AP Photo/Phelan M. EbenhackMais
Ataque em Orlando
Apesar do ataque, a Parada Gay ocorreu na Filadélfia Foto: Jessica Kourkounis/Getty Images/AFP
Ataque em Orlando
Em Washington, a polícia a segurança no Festival do Orgulho Gay. Acima, imagem do evento na Filadélfia, que também ocorreu apesar do ataque em Orlando Foto: Jessica Kourkounis/Getty Images/AFP
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A seu lado, a amiga Neicha Rivera, de 23 anos, interpretava o ataque como um crime de ódio. “Pode ter sido um ataque contra a comunidade LGBT. Muita gente não gosta de nós. Eles nos julgam”, afirmou.
O porto-riquenho Rafael Martinez tentava encontrar sua amiga mexicana Alicia, uma transexual que se apresentaria no show de drag queens que deveria ocorrer na Pulse na noite de sábado. Quando soube da tragédia, ele tentou falar com ela por telefone, sem sucesso. Ontem, foi a sua casa, mas não a encontrou. Como não é um parente, Martinez não conseguiu entrar nos hospitais onde os 53 feridos estão sendo tratados.
Sem notícias de Alicia, ele decidiu permanecer ao lado de uma das barreiras policiais no local do crime. Ao lado da namorada Antonette Gonzalez, Martinez exibia um cartaz que desenhou com a imagem de Mickey Mouse chorando. “Por que o ódio?”, perguntava Martinez.
Sua namorada disse que morava em Nova York quando ocorreram os atentados do 11 de Setembro, em 2001. “O ataque contra o World Trade Center foi claramente terrorismo. Nós ainda não temos uma resposta completa, mas o que aconteceu aqui me parece mais um crime de ódio, algo pessoal.”
Tim H., que pediu para não ser identificado pelo sobrenome, disse que o tiroteio foi um “ataque sem sentido” contra a comunidade gay, da qual faz parte. Mas ele também viu a ação de Omar Mateen como um ato de terrorismo contra os Estados Unidos. “Eu temo que outros virão”, afirmou.
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Em sua opinião, o atentado mudará a maneira como os clubes LGBT funcionam no país. “A partir de agora, haverá mais segurança.” Para ele, o ataque não seria evitado com regras mais rigorosas sobre a comercialização de armas nos EUA. “O atirador trabalhava como segurança e tinha porte de armas”, observou.