Amin Gemayel diz que Síria quer afundar Líbano no caos

No entanto, o político negou que a situação atual possa degenerar em uma guerra civil, porque "o Hezbollah não pode empregar as armas contra outros libaneses"

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-presidente do Líbano Amin Gemayel acredita que a Síria está por trás do assassinato de seu filho Pierre, ministro da Indústria, e considera que o presidente sírio, Bashar al-Assad, "declarou publicamente sua intenção de afundar o Líbano no caos". Em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal francês Le Figaro, Gemayel atribui à Síria a autoria do atentado de terça-feira, porque vê os mesmos métodos de uma série de assassinatos de políticos libaneses, e afirmou que "os sírios não escondem seus objetivos". Gemayel considerou que o motivo dessa violência é que o governo de Damasco "não digeriu" a retirada militar do Líbano, ocorrida em 2005. No entanto, o ex-presidente do Líbano afirmou que a Síria conta com simpatizantes nas instituições do país, como a milícia Hezbollah, partidos políticos e o atual chefe de Estado, Émile Lahoud, a quem qualifica de "representante dos interesses sírios". Amin Gemayel assegurou que a escolha de seu filho Pierre como vítima se deve a que pertencia a uma geração de jovens políticos capazes de mobilizar a opinião pública e que são os dirigentes do futuro. No entanto, o político negou que a situação atual possa degenerar em uma guerra civil, porque "o Hezbollah não pode empregar as armas contra outros libaneses. Destruiria o prestígio adquirido no cenário árabe". O ex-presidente do Líbano (1982-88) pediu calma à população, para que a situação não se deteriore ainda mais. "Temos os meios para conseguir uma vitória de um Líbano soberano sem recorrer à violência", ressaltou.

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