Amorim dribla descontentes e volta ao Brasil

Diplomatas contam que ministro "deu sorte" ao passar apenas por grupos que já sabiam que sairiam da região

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Por Agencia Estado
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Mais um vôo da FAB deixará nesta quinta-feira a cidade de Adana, na Turquia, com 80 brasileiro em direção ao País. Com o resgate desta quinta, o governo brasileiro já terá tirado do Líbano cerca de 1,1 mil pessoas. Também nesta quinta, o chanceler Celso Amorim deixou a cidade turca. Enquanto esteve acompanhando as operações, o ministro conseguiu diplomaticamente driblar os brasileiros mais descontentes com o governo e que estão fugindo da guerra sem saber ainda quando voltarão ao Brasil. Em sua visita à Turquia, que está servindo de base para a operação de resgate do País, o chanceler teve uma agenda ampla, mas o Itamaraty cuidadosamente deixou de fora um encontro do ministro com os brasileiros que chegaram da Síria na noite de quarta-feira e que ainda estavam sob o choque do conflito. Durante sua visita, o chanceler visitou apenas os brasileiros que já sabiam que pegariam um vôo ao Brasil na noite de quarta. Nos hotéis, pegou crianças no colo, tirou fotos e deu entrevistas à imprensa local. Os próprios diplomatas contam que ministro "deu sorte" ao passar apenas por grupos que já sabiam que sairiam da região. Mesmo assim, nem todos os brasileiros quiseram ver o ministro. Um dos "líderes" entre os brasileiros que deixaram o Líbano e coordenador dos que chegam na Turquia, Ali, preferiu ficar em seu quarto quando Amorim passou por seu hotel para "não fazer parte do circo" que ele considerou que foi montado. Mas acabou sendo convencido pelos demais brasileiros a pelo menos cumprimentar o ministro. No final da noite de quarta, Amorim foi ainda à decolagem do avião da FAB de Adana em direção ao Brasil. Mas sua agenda não o permitiu acompanhar a chegada do comboio de ônibus que vinha da Síria com brasileiros exaustos, tensos e sem saber o que aconteceria.

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